Douglas Fairbanks em “Os três mosqueteiros” at Blog Ayrton Marcondes

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Os três mosqueteiros

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No momento em que é lançado nos cinemas a nova versão do filme “Os três mosqueteiros” não há como não se lembrar do romance de Alexandre Dumas que inspirou a trama desse capa-e-espada.  Em primeiro lugar é preciso dizer que ao tempo em que a televisão não existia - e mesmo em seus começos- os jovens tinham na leitura de romances de ação divertimento certo. Obviamente, nem sonhavam que um dia viesse a existir internet com todas as redes de comunicação hoje disponíveis. Nem mesmo imaginavam os cinemas com exibição de filmes em 3D como acontece com essa nova versão de “Os três mosqueteiros”.

Mas, vamos por partes. Alexandre Dumas, pai, (1892-1870), foi romancista francês muito bem sucedido. Muito lida durante a vida do escritor e mesmo após a sua morte a obra de Dumas é traduzida para cerca de 100 idiomas e utilizada no cinema para a produção de inúmeros filmes. O “pai” que se acrescenta ao nome do escritor deve-se ao fato de que seu filho, também chamado Alexandre Dumas, foi um escritor de renome, sendo o autor do livro “A dama das Camélias”.  Em “Os três mosqueteiros” o Dumas, pai, conta a história do jovem d’Artaghan que se muda a Paris para tentar unir-se aos mosqueteiros do rei Luís XIII. Lá conhece os famosos mosqueteiros, Athos, Porthos e Aramis com os quais vive grandes aventuras, enfrentado o inimigo Cardeal Richelieu com seus guardas e Milady, mulher de grande beleza que já fora casada com  Athos e que está serviço do cardeal. O livro é um clássico da literatura romântica que reúne, entre outras características, muita ação, aventuras, comicidade e erotismo.

Mas, não é esta a primeira vez que os cinemas brasileiros exibem uma versão filmada de “Os três mosqueteiros”. Em 1922 os cinemas do Rio e São Paulo exibiam a fita que tinha no papel de d’Artaghan o grande ator Douglas Fairbanks - em outubro de 1922 os jornais anunciavam a exibição do filme no cine Rialto, no Rio de Janeiro, com cinco sessões diárias. O filme fora lançado pela United Artists em 1921 e, naquela época, as estreias não eram como hoje, praticamente simultâneas em vários países. Douglas Fairbanks foi, juntamente com Charles Chaplin, fundador da United Artists e destacou-se em vários filmes. Para quem tiver interesse existe em DVD o filme “Os três mosqueteiros” de 1921, podendo ser adquirido pela internet.

Lembro-me bem da geração de meus tios para quem a obra de Dumas, pai, era lugar comum. Cresci ouvindo referências a d’Artaghan, Athos, Porthos e Aramis - os três mosqueteiros que eram quatro - que, quando eu era menino, passavam por personagens reais que tivessem existido na França ao tempo do reinado de Luís XIII. Então era de bom tom que meninos e rapazes já tivessem algum conhecimento sobre grandes escritores de modo que não nos eram estranhos livros de Victor Hugo, Henry James e muitos outros. Não sei se hoje em dia a moçada liga o nome de Dumas, pai, ao filme “Os três mosqueteiros”. Será uma pena se não vierem a conhecer a obra de um escritor como Dumas, pai, a quem devemos grande parte dos sonhos e ilusões que permearam a nossa infância e juventude.