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Vida curta

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Um dos jornalistas do programa Manhattan Connection desabafa: a vida é curta. De fato, a vida é curta. Mas, nem todo mundo concorda. Onde nasci era voz do povo: a vida é curta e comprida. Também não há como não concordar. Existem situações. Há momentos em que um par de minutos tornam-se a eternidade. E longos períodos que não significam nada. A vida é curta e comprida, acredite.

Quando se chega à tal terceira idade - que alguns insistem em chamar de “melhor idade” - torna-se impossível não olhar para o que foi vivido e especular sobre o tempo que nos resta. A sensação não é boa diante da verificação de ter-se deixado para trás trajetória nem sempre agradável. Viver é complicado - dizia Riobaldo. Viver é muito complicado. E morrer? Bem, responder a isso só estando nos estertores da morte. E a morte que nos parece tão comum – afinal todo mundo morre - talvez se manifeste com particularidades próprias a cada ser humano. O melhor é não pensar sobre o fim. Como será o fim? Ora, não interessa. A ver quando chegar a hora.

A tão ignorada pequenez do homem é assustadora. Vivemos por um curto hiato de tempo num planeta que existe a 4,5 bilhões de anos. Se pensarmos a vida em termos de duração veremos que nossa passagem por aqui é insignificante. E levamos tudo tão a sério. Fazemos as coisas como se fossem as últimas. Guerreamos. Matamos. Amamos. Então a vida nos parece eterna.

Certas notícias incomodam. Noticia-se a descoberta, no Egito, de ruínas de uma pirâmide construída há 3,7 mil anos. As ruínas localizam-se em Dahshur, situada a 400 km do Cairo. Dahshur é onde o faraó Seneferu, da 4ª dinastia, construiu a primeira pirâmide de paredes lisas do antigo Egito, a Pirâmide Vermelha, de 104 metros de altura, há cerca de 4,6 mil anos.

Imagino o que pensava Seneferu ao construir a sua pirâmide. Imagino os milhares de homens que a ergueram num esforço supremo. Todos mortos. Mortos a milênios. Restaram as ruínas para atestar a passagem desse povo pela Terra. Nada mais sobre seus amores, sofrimentos etc.

As últimas palavras de Machado de Assis em seu leito de morte foram: a vida é boa. É, a vida é boa.vida curta e comprida