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A força do erro

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Ouvi hoje no rádio do carro um jornalista esportivo comentando que Felipão será mais lembrado pelo fracasso de 2014 que pela conquista de 2002. Para o jornalista a vitória no Mundial de 2002 será no máximo lembrada por 20% da população quando se falar no nome de Felipão; os restantes 80% se lembrarão imediatamente da tragédia de 2014.

Não sei de onde o jornalista esportivo tirou essas porcentagens, provavelmente de sua cabeça. Mas, independentemente delas não há como não concordar com o fato de que existe maior probabilidade de Felipão ser lembrado pela derrota que pela vitória.

Hoje morreu o árbitro de futebol Armando Marques que fez história nos gramados, apitando jogos importantes. Para que se tenha ideia de sua importância entre 1962 e 1974 só não apitou uma final de Campeonato Brasileiro. Era disparado o melhor árbitro do país. Conhecido por seu temperamento forte e rigor nas arbitragens terá feito muitos inimigos ao longo de sua carreira. Era duro, mas honesto. Não se tem notícia de que tenha propositalmente favorecido a alguma equipe ou recebido dinheiro ou favores de algum clube.

Depois que deixou de apitar Marques esteve à frente da Comissão Nacional de Arbitragem por oito anos, até 2005. Recentemente pudemos vê-lo num talk show da televisão, como sempre dizendo sem medo aquilo que pensava.

Hoje li em jornais do país alguns obituários de Armando Marques. Em todos eles destacaram-se seus mais conhecidos erros como o de ter anulado um gol legítimo do Cruzeiro que resultou na conquista do título brasileiro pelo Vasco. Mesmo na hora em que se despediu do mundo não deixaram de pesar sobre a imagem marques os erros que cometeu.

Mesmo a longa carreira de acertos de Armando Marques não serviu para que seus erros  não fossem lembrados no dia de sua morte. Os erros pesam sempre mais que os acertos, pode-se generalizar essa conclusão? Caso seja assim talvez Felipão nunca se livre da responsabilidade a ele atribuída pela humilhação sofrida pela seleção brasileira diante da seleção alemã. Ressalte-se que ele tem insistido na hipótese do “apagão” que teria obnubilado os jogadores nacionais, permitindo uma enxurrada de gols alemães em poucos minutos. Mas, será que nos lembraremos do “apagão” se é que existiu? Ou da derrota de Felipão?