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A República do Batom

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Senhoras e Senhores, Irmãos de Opa, Membros da Confraria dos Contribuintes do Imposto de Renda, Cidadãos e Cidadãs da Terra Brasilis: está em curso a constituição de uma nova nomenclatura política no Brasil, a começar pela denominação de República do Batom.

Pensando bem, a eleição de uma mulher para o cargo de presidente da República não poderia dar noutra coisa. Nada contra mulheres no poder, pelo amor de Deus. Mas há que se acostumar com novas maneiras de ser porque, queira-se ou não, o chamado sexo frágil acaba de dominar um dos últimos redutos da masculinidade e virilidade nacional.

Fato de tal magnitude obviamente não passa sem novas caracterizações. Uma delas, muito importante, refere-se a mudanças léxicas no modo de expressar opiniões sobre pessoas e situações. Nesse sentido há que se elogiar a nova presidente por ter dado o pontapé inicial: ela nomeou como “três porquinhos” os três coordenadores de sua campanha. O apelido caiu bem dado que os três estão bem gordinhos. Coisa de mulher. Coisa de mulher presidente da República.

O que há de vir depois disso não se sabe, mas é previsível. O presidente do Banco Central, aquele cara dos juros altos, logo, logo vai virar Tio Patinhas. Para a cambada de políticos que vive metida em mensalões, aprovação de obras públicas sem licitação, troca de favores, nepotismo, dinheiro escondido na meia etc, para essa quadrilha toda a comparação com os Irmãos Metralha cairia muito bem. E por aí vai.

Quando da vitória de Dilma o jornal “The Economist” cobrou dela para que não fosse apenas “um Lula com batom”. Pediu demais, mas quem sabe. Em todo caso, seria muito bom se a nova presidente contasse com um pouco da sorte do presidente a quem vai substituir. Nos oito anos em que esteve à frente do governo Lula contou com muita calmaria no cenário internacional e passou bem pela crise que afetou os mercados. Agora fala-se em nova crise global com a quebradeira na Irlanda. Internamente a dívida pública é alta e há que se considerar os perigos das muitas concessões feitas pelo governo atual em várias áreas: elas poderão se constituir num forte percalço à administração da nova presidente.

Mas, que ninguém se preocupe: não se trata de nada que não se resolva com prime, uma boa base, pó fino e natural, blush, rímel e um batom de cor forte, mas que não chegue a ser berrante. O povo gosta e o mais importante é ser feliz.

Quem sabe!