Conferência de Copenhague at Blog Ayrton Marcondes

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Copenhague 2009

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Há dois dias do encerramento a conferência sobre o clima em Copenhague pouco se conseguiu. A agenda que previa, entre outros compromissos, a redução de gases estufa e a criação de um fundo internacional voltado para o ambiente ainda não foi cumprida e não há porque se acreditar que os acordos tão esperados sejam selados desta vez.

Para quem acompanha de longe é interessante observar a tônica dos pronunciamentos. A verdade é que a partir de temas ambientais geraram-se muitos lugares-comuns, todos eles em torno de uma coisa só: alguma coisa precisa ser feita.

Mas como, sem ofender em grande escala os interesses díspares das nações? O fato é que os poucos progressos verificados na conferência têm gerado enormes protestos. Os homens públicos estão sendo cobrados pelo clamor que vem das ruas e estão sendo pressionados a agir. Trata-se de um jogo em que ninguém quer perder, ou perder proporcionalmente em relação aos demais países.

De positivo o fato de que as questões ambientais deixaram de ser assunto de cúpulas e estudiosos. A linguagem ecológica incorporou-se definitivamente ao vocabulário e temário da população. O ambiente e a necessidade de preservá-lo não passa despercebido ao povo em geral, embora no particular não se acredite que cada um esteja fazendo a sua parte. Afinal, o exemplo vem de cima: se os governos não se comprometem e não se empenham que posso fazer eu?

Ontem peguei um táxi e o motorista puxou conversa. Assunto: ambiente. Falou-me ele sobre aas alterações climáticas, o efeito estufa, o degelo das calotas polares e o monumental iceberg que se despregou do pólo antártico e navega em direção à Austrália (ele disse Inglaterra). A sorte, disse o taxista, é que o iceberg vai se quebrar antes de chegar à orla marítima.

Era um homem simples o taxista, mas antenado com a situação do mundo em que vive. No conjunto sua visão mostrou-se trágica: para ele nunca haverá um acordo e o mundo acabará em colapso com o fim da vida no planeta.

- Não veremos o desastre - disse ele – talvez os nossos bisnetos assistam ao fim da nossa civilização.

Depois o taxista lembrou-me de que talvez as coisas possam ser resolvidas à nossa revelia, no ano de 2012, quando os planetas ficarão numa posição exata, capaz de gerar cataclismos.

Desci do táxi impressionado com a verve de um homem bastante informado sobre as questões ambientais. Quero dizer que é de pequenos acontecimentos como esse que nasce a esperança. Vozes que se somam geram ruídos ensurdecedores daí ser bem capaz de que os governantes finalmente ouçam e cumpram o papel que deles se espera.

A ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, declarou em Copenhague que a preservação do ambiente é uma ameaça ao desenvolvimento sustentável. Ato falho ou não da ministra é preciso corrigir a frase para que as coisas sejam colocadas em seus devidos lugares.