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Da Coréia do Norte

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A morte do ditador Kim Jong-il e a substituição dele pelo filho, Kim Jong-Un, abriu ainda mais ao mundo o cenário do que se passa na Coréia do Norte. De repente, aparecem depoimentos de pessoas que fugiram daquele país, narrando atrocidades. Uma delas, a existência de “Gulags” onde vivem mais de 200 mil pessoas vistas como contrárias ao regime comunista.

Nas escala de horrores narrados sobre a Coréia do Norte, destaque-se a existência da fome. Nos “Gulags”, por exemplo, as pessoas passam muitos em muitos anos de sua vida recebendo ração diária e assistindo a execuções de “traidores”. Mas, não é só nos “Gulags” que a fome impera: a população da Coréia do Norte convive com dificuldades imensas e é submetida, diariamente, à lavagem cerebral. Na verdade os coreanos são obrigados repetir “orações” que contêm elogios aos governantes, esses impondo serem adorados como deuses que põem e dispõem sobre a vida das pessoas e o destino do país. No último domingo O ditador Kim Jong-un fez aniversário e foi saudado num documentário exibido na televisão como “gênio dos gênios” em estratégia militar. O documentário faz parte da propaganda exibida pela televisão estatal, única no país, para fomentar o culto ao novo ditador, como aconteceu em relação ao seu avô e seu pai.

Para quem vive no polo oposto, o democrático ocidente - pleno de incertezas, mas no qual o cidadão tem o direito de dizer o que pensa - tudo isso pode soar incompreensível. Mas, nem tanto, talvez difícil de compreender apenas para as gerações mais jovens. É que o mundo dá muitas voltas, não? Pois, não foi aqui mesmo, neste Brasil, que vigorou, depois de 1964, uma ditadura militar durante a qual o silêncio era o melhor partido a ser tomado? Quem não se lembra daquele Brasil fechado à opinião e gerido de forma a calar qualquer tipo de dissidências? Vá lá, não era uma Coréia, mas quem viveu sabe muito bem o que foram os anos de chumbo de triste memória.

É sempre difícil comparar regimes diferentes e as desgraças de que são capazes. O comunismo da Coréia do Norte e a opressão do regime sobre o povo coreano podem não ser novidades, mas impressionam e muito. Os relatos de norte-coreanos que conseguiram fugir de seu país coincidem no fato de serem terríveis e impressionantes. Essa a sensação que se experimenta ao travar contato com o que eles dizem, despertando-nos inconformismo pela situação limítrofe na qual, ainda hoje, vivem muitos seres humanos.

A Coréia do Norte é um desafio para o mundo. O novo ditador, Kim Jung-Un ainda é uma incógnita, mas nada sugere que ele vá mudar as coisas para melhor. A Coréia do Norte, fechada sobre si mesma, chama a atenção mundial nesse momento. Mas, em breve o novo ditador deixará de ser novidade. O que se teme é que ele decida mudar a rotina, atacando países vizinhos ou fazendo uso de armas nucleares.  Caso nada disso venha a acontecer a Coréia do Norte seguirá na mesma enquanto o mundo, sem ação, fará de conta que nada de anormal acontece por lá.