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A questão das armas

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Na medida em que pormenores do grande crime cometido no Rio nos conduzem aos subterrâneos da mente do assassino erguem-se vozes propondo alternativas e soluções que impeçam pessoas de práticas violentas e absurdas.

Quanto à chacina que tanto comoveu o país parece que tudo já foi dito, sendo clara a importação do “modus operandi” utilizado pelo assassino. De fato, fez ele uso de modelos praticados em outros países, esperando-se que não tenha inaugurado nova forma de “protesto” que venha a ter seguidores.

Por outro lado, surgem os arautos de estratégias de impacto que, segundo eles, solucionariam ou minimizariam o acesso à violência. Entre as propostas destaca-se a da realização de um plebiscito chamando a população a decidir sobre a venda de armas no país. Quanto a esse quesito sempre é bom lembrar que essa consulta já foi feita, sendo que a população decidiu favoravelmente ao comércio de armas. Por essa razão não há como não se ligar a nova proposta a certo grau de oportunismo daqueles que, antes do grave episódio ocorrido no Rio, não se pronunciaram em relação à violência.

Em relação aos partidários da proibição do comércio de armas destacam-se os que se baseiam em estatísticas segundo as quais a maioria dos crimes cometidos são realizados com o uso de armas fabricadas no país. Em contrapartida deve ser citado o crime organizado que possui armas de grande poder destrutivo, parte delas produzidas no exterior e obtidas ilegalmente. Também não há que se olvidar a opinião dos que veem no desarmamento da população uma faca de dois gumes: a bandidagem continua armada e os cidadãos não.

Por fim, nunca é demais lembrar que proibições, quaisquer que sejam elas, sempre têm suas contrapartidas. Nos EUA a chamada “Lei Seca” contribuiu para o fortalecimento do crime organizado, destacando-se as ações da Máfia em várias cidades americanas.

De tudo isso o que e pede são reflexões maduras para que se encontre um caminho adequado para coibir a violência. De forma alguma decisões tão importantes devem ser tomadas no calor da emoção de um crime que abalou o país e que precisa, sim, ser coibido com atitudes maduras e que não coloquem ainda mais em risco a população.