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Filmes em tela pequena

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Ok, no cinema é sempre melhor. Tela grande, o saudoso escurinho das matinês, todo o encanto que o as salas de projeção têm. Mas, cá entre nós, é preciso sair de casa, enfrentar o trânsito etc. Em São Paulo – não sei se em mais quantas cidades – os ingressos podem ser comprados via internet, pelo menos para alguns cinemas. No interior o jeito é chegar antes e entrar na fila. Estou desinformado? Tá bem, mas que fazer se as minhas atividades de cinéfilo estão restritas a uma única região?

Por outro lado, há que se pensar na comodidade de assistir a filmes em casa. Uma televisão de 52 polegadas e um filme em boa resolução ajudam muito. Para quem tem TV a cabo e paga pelas transmissões em HD torna-se possível ver filmes com imagens perfeitas. Não é igual ao cinema, mas dá para enganar e muito bem.

O problema dos filmes pela TV é que são antigos e repetidos à exaustão. De tempos para cá novos canais HD têm sido acrescentados à programação, mas, infelizmente, a maioria só exibe filmes dublados. Há quem prefira isso às legendas; pessoalmente não gosto e acho que se perde muito da dramaticidade com a dublagem nem sempre bem feita.

Em muitas esquinas existem vendedores de filmes piratas. Trata-se do baixo comércio envolvendo a sétima arte. Deixando de lado o crime – se é que isso é possível – o fato é que os filmes piratas não têm boa qualidade de som e imagem. Numa época em que os avanços tecnológicos têm dado ao cinema grande poder de sedução através da imagem e do som é verdadeiramente um desperdício de prazer assistir a filmes piratas.

Outra coisa a ser considerada é a frequência de lançamento de filmes considerados bons. O que vemos é uma enxurrada de produções menores, algumas delas trazendo como atrativos atores de renome. De olho nas bilheterias os estúdios correm atrás do público, para isso abusando de clichês e efeitos especiais. Em geral, a chamada crítica especializada fecha os olhos para isso e assume o papel do Dr. Pangloss: os críticos tentam ver algo de bom naquilo que não presta.

Tal é a importância do cinema e tantos adeptos tem a sétima arte que não seria demais se as escolas ensinassem aos estudantes a pelo menos separar o trigo do joio. O cinema interfere, sim, na educação, modos de ser e condiciona jovens a situações ilusórias. Nada de mal se os jovens aprendessem a ver um pouco além da trama exibida, tirando conclusões além das ditadas pelos heróis cinematográficos a que tanto admiram.

Por fim, volto ao começo: nada melhor que uma sala de cinema, de preferência com poltronas confortáveis, ótimo som, tela enorme e - ia me esquecendo - público comportado. Nada daquele carinha que conversa o tempo todo bem atrás de você, das pessoas que gritam no escuro só para atrapalhar, dos bobos de sempre que têm prazer em interromper momentos de enleio dos outros.

Vamos ao cinema!