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Cadeira elétrica

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Não sei se estou errado, mas hoje em dia pouco se fala na cadeira elétrica. Talvez porque as penas de morte e execuções com choques tenham perdido a popularidade. Mas, em meio ao século passado, condenações e execuções desse tipo sempre atraiam a atenção. Atualmente a injeção letal é o método mais utilizado para execução. Entretanto, há casos de condenados que rejeitam injeção letal, optando pela cadeira elétrica sob alegação de que a injeção acarretaria mais sofrimento.

Entre nós quando ocorria um crime bárbaro lamentava-se - e muita gente ainda lamenta - a inexistência da pena de morte e da cadeira elétrica. Enfim, pena de morte figurava-se como execução por eletrocussão, deixando-se de lado outros meios de provocar a morte.

Grande repercussão em todo o mundo aconteceu com a condenação dos imigrantes italianos Nicola Sacco e Bartolomeu Vanzetti. Eram dois anarquistas italianos que viviam nos EUA. Foram acusados de assalto e homicídio. O julgamento dos italianos demorou muito e foi pleno de contradições. Ao final os dois foram condenados. Passaram seis anos na prisão e só depois disso receberam a sentença de morte. Em 1927 foram executados na cadeira elétrica.

Mas, o caso que mais movimentou a opinião, no início dos anos sessenta, foi o de Caryl Chessman, um ladrão, violador e raptor, condenado em 1948. Chessman notabilizou- se por escrever livros na prisão, tornando-se conhecido em todo o mundo. Desse modo conquistou a simpatia de muita gente embora também houvessem aqueles que o odiavam pelos crimes que cometera.

Chessman foi executado na câmara de gás em junho de 1960. Para que se tenha ideia da comoção causada basta lembrar de um fato ocorrido justamente no dia da sua execução. Na época era eu estudante, num colégio interno. No período da manhã tínhamos aulas, à tarde horas de estudo. Aconteceu que certa tarde nosso estudo foi interrompido pelo diretor da escola. Muito sério comunicou-nos ele, voz grave, que Caryl Chessman acabar descer executado.

Não me é possível dizer o que diabo, na ocasião, tínhamos a ver com aquilo. Mas comoveu-nos. Era um homem a quem a vida fora tirada. Não nos importavam suas culpas. Coisa bem dos anos sessenta.

Hoje em dia, criminalidade em alta, há quem lamente muito a inexistência de pena de morte em nosso país. Mas, o assunto é controverso e contra a pena de morte existem argumentos poderosos.