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No corredor a morte

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Assisti a vários filmes sobre condenados no corredor da morte. As tramas mostram culpas por crimes hediondos e, em alguns casos, arrependimento dos que os cometeram. Há sempre alguém lutando para adiar a execução ou provar a inocência dos condenados. São histórias muitas vezes baseadas em casos reais. Em muitos filmes as execuções são mostradas. Alguns morrem ao receber injeções de substâncias venosas e há casos de execuções na cadeira elétrica. São cenas desagradáveis que mostram o fim da vida como forma de pagamento à sociedade pelos desvios de conduta que levaram à morte vítimas inocentes.

No mundo real as coisas não se passam de modo diferente do mostrado nos filmes. Em alguns países existem condenados nos corredores da morte aguardando execuções. Em torno de cada um desses casos giram volumosos processos jurídicos em geral envolvendo apelações intermináveis. Execuções acontecem quando todas as possibilidades de defesa se esgotam e uma alta autoridade dá o sinal verde para o desenlace final.

Não por acaso as coisas se passam desse modo. São conhecidos casos de erros judiciários que levaram à execução de inocentes. Um deles, bastante controverso, é o que envolveu o casal Rosenberg nos EUA, acusados, marido e mulher, de espionagem. Ainda hoje persistem dúvidas obre a culpa de Julius e Ethel Rosenberg que foram executados justamente num momento em que a Guerra Fria estimulava a repressão ao comunismo nos EUA. O caso dos Rosenberg forneceu munição para o senador Joseph McCarthy na época investigando atividades antiamericanas.

Acaba de ser libertado no Japão Iwao Hakamada que passou 45 anos no corredor da morte aguardando sua execução. Hakamada foi acusado de ter esfaqueado e matado o dono da fábrica em que trabalhava, a mulher e o filho dele. Depois disso ateara fogo a casa da família.

No caso de Hakamada existem fortes indícios de erro para a condenação. O sangue encontrado numa camisa no local dos crimes não era o de Hakamada. Além disso, Hakamada teria sido obrigado a confessar os crimes depois de ser submetido, durante 20 dias, a tortura em um quarto fechado. Dos três juízes que o condenaram um era favorável a absolvição e só recentemente veio a público para fazer essa declaração.

Passar 45 anos no corredor da morte é algo inimaginável, ainda mais em se tratando de um inocente. Não existe nenhuma forma de compensação que se aproxime de alguma possibilidade de quitação com o período de vida perdida. O caso de Iwao Hakamada dá o que pensar. No Brasil onde se verifica tanta criminalidade e impunidade a pena de morte é sempre lembrada. Valeria a pena?