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No Turcomenistão
Confesso não ter notícias desse país até ler, nesta manhã, que lá os carros de cor preta foram proibidos. É a nova lei. Quem tem carros pretos não poderá circular com eles a partir de agora. O jeito é pintá-los de branco ao preço entre U$500 e US1000.
Mais: no Turcomenistão as mulheres são proibidas de dirigir. Quem visitou o país avisa tratar-se de uma das ditaduras mais repressivas do mundo. Não é mole viver por aquelas plagas.
Se você se interessar pelo país vai ler que se trata de uma das antigas 15 repúblicas da então União Soviética. A independência aconteceu em 1991. O país fica perto do Irã, do Cazaquistão etc. A população é de turcomenos embora existam russos, uzbeques, etc. São pouco mais de 5 milhões de pessoas que vivem na região metropolitana próxima da capital, à beira do mar Cáspio.
O Turcomenistão tem proeminência graças as suas estupendas reservas de gás e petróleo. A exploração de petróleo nos últimos anos propiciou crescimento de cerca de 10% ao ano.
Cerca de 80% da área do país consiste de desertos. A grande atração turística chama-se “Porta do Inferno”. Trata-se de uma enorme cratera sempre em chamas depois que os russos atearam fogo a ela, esperando eliminar o gás metano.
“Mundo, mundo, vasto mundo” canta o poeta. Inimagináveis as condições de vida num país distante e gerido por mãos de ferro. Professando religião islâmica do ramo Sunita o povo do país tem, certamente, vida e hábitos diferentes dos que conhecemos. Os sunitas, ao contrário dos xiitas do Irã, comprometem-se com as práticas de Maomé e desejam manter a comunidade unida través de governo formado pela lei e a persuasão. Seguem o Alcorão e a Sharia, além de se basearem sua crença na Suna, livro que relata os feitos de Maomé.
Para ocidentais proibições como a de usar carros de cor preta surgem como estapafúrdias. Impedir mulheres de dirigir é inaceitável. Entretanto, há que se considerar a existência de culturas e religiosidades que nos escapam, embora difíceis de engolir. De todo modo não faz parte do ser humano ser submetido a restrições quaisquer que sejam elas. Daí poder inferir-se que a vida no Turcomenistão não seja agradável para a população, embora desde pequenos os habitantes do país estejam sujeitos a normas que se tornam cotidianas. Em suma: é como se passam as coisas lá.