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A capacidade de perdoar

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Nem todo mundo é capaz de manter em pé, vida afora, um ódio que não tem cura. Há quem diga que não deseja nada mais que a punição de alguém que o prejudicou gravemente. Diariamente, em programas policiais exibidos pela televisão, ouvimos pessoas que perderam parentes assassinados afirmarem que a elas basta a prisão dos assassinos. Outros discordam: se pudessem eles fariam justiça com as próprias mãos tão grande o ódio por aqueles que os ofenderam.

Há os dissimulados, os que fingem perdoar. Muitos desses esperam calmamente a oportunidade de dar o chamado troco. Trata-se bem da imagem do indivíduo que fica na margem do rio, esperando pelo dia em que o cadáver do inimigo vai passar.

Entretanto, existe gente dotada de uma imensa capacidade de renúncia para quem o perdão é muito mais que uma simples palavra ou disposição. Hoje se noticia o caso de uma iraniana que caminhava pela rua quando um homem, inesperadamente, atirou um líquido em seu rosto. Era ácido. Ela diz que a última coisa que viu foi o tênis do agressor. Mas, no Irã as coisas são resolvidas de modo diferente, a lei é outra. Daí que a iraniana, rosto deformado, ganhou na Justiça o direito de se vingar: ela poderia cegar o seu agressor.

Se você ainda não sabe o que aconteceu eu o convido a se perguntar o que faria se estivesse no lugar da iraniana. Cegaria o malfeitor?

Bem, a iraniana conta que esteva prestes a cegar o homem que a agredira quando decidiu perdoá-lo. Justificou-se dizendo: não sou selvagem.

E olhe que essa história não é tão simples. Na verdade o agressor perseguia a vítima, ameaçando-a caso ela não concordasse em se casar com ele. Prometeu que iria prejudicá-la caso não fosse sua mulher. E o fez. E ela o perdoou.

A mulher iraniana perdeu a visão de um olho. Na foto aparece com o rosto deformado, isso depois de passar por tratamentos na Espanha. Para ela a Lei de Talião não funciona: nada de olho por olho, dente por dente.

Do que se conclui que neste mundo há humanos mais humanos que outros; existem até mesmo humanos selvagens e selvagens que tentam se passar por seres humanos.