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Ladrão de calcinhas

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Você já deve ter notado, mas o mal está vencendo a batalha contra o bem, pelo menos nos noticiários. O meio mais simples de aferir a veracidade dessa afirmação é comparar o número de notícias boas com o número de notícias ruins. Se fizer isso você chegará, facilmente, à conclusão de que mais coisas ruins acontecem que coisas boas.

Alguém poderá discordar, dizendo que existe preferência em noticiar coisas ligadas ao mal. As coisas boas em geral são tênues, agradáveis demais para atrair a atenção. Não se noticia, por exemplo, que uma criança nasceu perfeita na manhã de hoje, na maternidade tal. Mas, noticia-se com ênfase o nascimento de crianças com problemas, abortos provocados etc. Se assim for temos que o bem funciona como coisa natural, daí não impressionar; o mal é exceção à regra daí virar notícia.

Mas, o que acontece quando o mal vira rotina? Nesse caso passamos a duvidar de que o bem, puro e simples, realmente exista ou, no máximo, tenha se tornado raridade. Veja-se oque acontece nos dias que correm, nos quais você sai de casa torcendo para que nada de mal lhe aconteça. Ontem mesmo um amigo me contava sobre acidente que provocou desvio na estrada por onde ele transitava. A situação foi resolvida com o desvio que levava os carros a passarem por uma vila de segurança não confiável. Pois não é que, de repente, surgiram dois caras armados que passaram a assaltar os carros que por ali passavam? Relatou-me o amigo que escapou por pouco, embora tenha corrido perigo de morte ao acelerar o seu carro quando um bandido o tinha sob a mira do revólver. Fato corriqueiro, não? Dirão até que normal e esperado nos dias de hoje.

Como se sabe, esse mal que nos assusta tem lá as suas gradações. Existem crimes terríveis, hediondos e outros menores. Nesse sentido não sei bem em que escala situar o crime cometido pelo ladrão de calcinhas e sutiãs que foi denunciado por quatro mulheres as quais, segundo consta, encheram-se de coragem e o entregaram à polícia.

O caso aconteceu em Alagoas, na cidade de Campo Alegre. Um tal “Zé da Macuca” especializou-se em furtar calcinhas e sutiãs de varais de casas. Denunciado acabou sendo pego quando voltava para sua casa com uma sacola cheia de calcinhas e sutiãs.  Além disso, a polícia encontrou na casa do Zé mais de 2000 peças de vestuário íntimo de mulheres, todas furtadas por ele.

Mais: ao ser preso o Zé usava calcinha e sutiã debaixo de suas roupas de homem fato que ele justificou, dizendo não ter tempo para comprar cuecas. Quanto às peças íntimas encontradas em sua casa alegou tê-las conseguido num lixão, fato desmentido por estarem limpas.

Eis aí o caso de um frequentador de quintais alheios nos quais subtraia peças íntimas de mulheres postas a secar nos varais. Fato inusitado, mal que vira notícia e que nos leva a pensar sobre o psiquismo desse tal “Zé da Macuca”.

Bem, o Zé vai responder em liberdade porque, após o seu depoimento na polícia, foi liberado e voltou para casa.