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Questão ambiental

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Seguem as acusações, de lado a lado, sobre o desmatamento da Amazônia. O presidente Bolsonaro taxa de mentirosos os índices divulgados pelo Inpe. A Alemanha e a Noruega deixam de mandar os milhões para preservação da grande floresta. O presidente reage dizendo que querem é comprar a Amazônia, que cuidem de suas próprias agressões ao ambiente.

O Instituto Imazon acaba de divulgar relatório que aponta um crescimento de 66% no desmatamento na chamada Amazônia Legal no mês de julho de 2019, em comparação com o mesmo período no ano passado.

Nessa história toda fica claro que, afinal, existe desmatamento. Mas, não há como aceitar o tom impositivo com que os estrangeiros acusam o país. Apontam o dedo. No rádio um comentarista político afirma que Alemanha e Noruega nos tratam como se fôssemos selvagens ainda na pré-história. Fazem isso sem olhar para o próprio rabo, diz ele. Afirma que a Alemanha já quase não possui reservas. Da Floresta Negra alemã restam apenas 2%. A Noruega é responsabilizada pela chuva ácida.

A Alemanha se apressa em divulgar um vídeo, com legendas em português, mostrando suas reservas naturais. Busca contradizer as acusações que a ela fazem.

A questão ambiental preocupa. Embora o presidente norte-americano negue o aquecimento global é um fato. O verão europeu, por exemplo, caracterizou-se por temperaturas extremante altas e preocupantes. O degelo nas calotas polares é inegável.

O que se publica na mídia é que a imagem do Brasil anda em baixa no exterior. Não se pode negar certa conduta de superioridade das nações de primeiro mundo em relação ao Brasil. No fim das contas, o que se pede é prudência e entendimento. Mas, ao que parece, com a radicalização de posições, o entendimento custará a vir, se vier. Enquanto isso vamos vivendo sem olhar para a frente e sem imaginar que mundo será legado aos que vierem depois de nós.

Os preparativistas

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Você está preparado para enfrentar algum tipo de catástrofe? Filmes sobre catástrofes são frequentemente produzidos e fazem sucesso. Depois dos tsunamis uma onda de filmes sobre o assunto encheram as telas. Dias atrás um canal de TV passou, durante alguns dias, o filme “Impossível” baseado numa história real. Uma família em férias num lugar de praia é surpreendida por um tsunami. As cenas das águas varrendo tudo o que encontram pela frente são de tirar o fôlego. Depois da catástrofe os membros da família passam a procurar uns aos outros, havendo a suspeita de que possam ter morrido. O filme é tenso e nos leva a pensar sobre o que faríamos caso nos víssemos diante de uma imediata catástrofe por acontecer.

Há quem pense que o fim do mundo está próximo. Viradas de séculos e de milênios causam arrepios em muita gente dado a possibilidade do fim dos tempos. Há quem se preocupe com a trajetória de asteroides ou de uma inesperada explosão solar de grande magnitude. Hoje em dia com o avanço da degradação ambiental, verificam-se mudanças climáticas importantes e ameaçadoras. Dias atrás discutiu-se mais uma vez a possibilidade de certas regiões litorâneas desaparecerem em consequência dos efeitos do aquecimento global. E está nas telas do cinema o filme Noé para lembra-nos de que houve um tempo em que tudo desapareceu, salvando-se apenas os escolhidos para se abrigarem na arca. Está na Bíblia e não se sabe se aconteceu mesmo ou não.

Há, também, quem se preocupe em preparar-se para o caso de algo grandioso destruir a nossa civilização. São os tais preparativistas sobre quem fala um artigo do jornal norte-americano “The New York Times”. Relata o jornal a realização da terceira Exposição Nacional de Sobrevivencialistas e Preparativistas. Trata-se de evento de inclinação apocalíptica na qual se vendem soluções para calamidades. A ideia é a de que uma pessoa comum possa estar preparada para o caso de ocorrer uma grande calamidade.

Sacos para mortos em massa, canivetes táticos, filtros de água movidos a gravidade, desfibriladores automáticos e outros equipamentos podem ser adquiridos por pessoas que se preocupam com acontecimentos trágicos de grande magnitude.

Meu pai era um menino pequeno quando da passagem do cometa Halley em 1910. Lembrava-se ele da comoção causada pela visão do belo corpo celeste próximo da Terra. Consta que algumas pessoas chegaram a se matar tanto medo tiveram de um colisão que destruiria a Terra. Falava-se, também, sobre a existência do gás letal cianogênio na cauda do cometa fato que gerou um clima de pânico global. Em 1986 vi o Halley no céu. Passava ele, 76 anos depois, mais longe que na vez anterior de modo que o víamos pequeno. Ainda assim, foi possível imaginar o efeito que causara sobre a gente de 1910, época em que não se dispunham das informações que hoje temos.

A verdade é que não estamos preparados para catástrofes, vejam-se as consequências do terremoto que atingiu região do Chile dias atrás. De modo que o melhor a fazer é não pensar no assunto. A civilização humana pode até vir a ter um fim, mas socorre-nos o fato de não fazermos a menor ideia de quando isso acontecerá. Então o que mais vale é aproveitar a vida e o mundo enquanto ele durar.

Saudações ao planeta

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A Rio+20 está acabando e o que se diz é que tudo vai continuar na mesma. Ativistas protestam, governos passam a bola para o futuro e ninguém diz como se alimentarão 9 bilhões de pessoas em 2050. O documento final a ser aprovado desencanta pela timidez de propostas e acordos, mas há sempre quem se ufane do “jeitinho brasileiro” com o qual se logrou que pelo menos existisse um documento. O secretário geral da ONU que inicialmente criticou o documento agora passou a elogiá-lo e há quem veja nisso uma adesão dele ao tal “jeitinho” tão comum em nossas plagas.

Mas, o que realmente chama a atenção é a divergência de opiniões sobre a questão do aquecimento da Terra. Nos últimos anos temos sido bombardeados por avisos de que é preciso frear a emissão de gases estufa dado que eles formam um cinturão em torno da Terra, impedindo a difusão de ondas de calor daí derivando o aquecimento global. Imagens de geleiras se desfazendo são constantemente exibidas e os agravos climáticos que têm-se tornado frequentes no mundo são apontados como consequência do descaso em relação ao ambiente. Filmes mostrando a destruição de cidades pela invasão de gigantescas ondas de água causam-nos calafrios assim como notícias de que o nível dos mares está subindo e cidades situadas em regiões costeiras desaparecerão. Contra tudo isso se exige ação imediata dos governos e participação coletiva das populações, afinal cabe a cada ser humano dar a sua parcela de contribuição para salvar o mundo e deixá-lo inteiro e em ordem para as gerações que hão de vir. Aliás, o desenvolvimento sustentável é exigência cada vez mais urgente, para isso chamando-se à responsabilidade aqueles que têm em mãos poder para tomar decisões nesse sentido.

Entretanto, causa espécie o número de cientistas que vêm a público para externar a absoluta discordância em relação à verdadeira febre de condenação do mundo sob os efeitos do aquecimento global. Para eles os fenômenos atmosféricos ora observados fazem parte de um ciclo da Terra nada tendo a ver com a emissão dos gases estufa. Afirmam que a Terra passa por períodos regulares de esfriamento e aquecimento e isso faz parte da rotina do planeta sendo-nos impossível interferir nesse processo. Obviamente, esses cientistas não descartam a importância do desenvolvimento sustentável, estão atentos à necessidade de reduzir a poluição em todos os ambientes, enfim valorizam a ecologia como um todo apenas discordando em relação ao aquecimento global.

Para alcançar resultados satisfatórios Rio+20 que agora termina teria que superar diferenças muitas vezes irreconciliáveis de interesses, a começar pelas concessões necessárias dos países ricos em relação aos emergentes e pobres. Consertar o mundo custa muito dinheiro e justamente o dinheiro é o que está faltando, por exemplo, para a solução da atual crise europeia que já contamina todo o planeta. Entretanto, isso não significa que todos os esforços não tenham que ser empregados para a obtenção de um acordo comum em prol da saúde do planeta em que vivemos.

É hora de se perder pelo mesmo um pouco no sentido de preservar o planeta. E isso só acontecerá se a Terra for entendida como moradia na qual a geração atual é apenas transitória. Apesar da visão de eternidade que permeia os nossos dias não passamos de inquilinos no planeta, cabendo-nos a obrigação de cuidar bem dele para que continue habitável no futuro.

Daqui a 150 anos

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Aconteceu de um rapaz me perguntar se é verdade que, em 150 anos, o mar avançará tanto que uma cidade litorânea, como Santos, terá deixado de existir. Estávamos no último andar do prédio onde moro e olhávamos para o mar num dia inesperadamente belo. Ao ser perguntado não resisti e disse ao rapaz:

- Dizem que sim, mas não pretendo esperar.

Depois desse curto diálogo a primeira coisa em que pensei foi no desaparecimento de civilizações. Os canais pagos frequentemente repetem um documentário sobre Machu Picchu, a cidade perdida dos incas. Não deixa de ser interessante ver imagens de um local situado a 2400 m de altitude que conserva vestígios de um povo que ali viveu. Templos, casas e cemitérios datados da era pré-colombiana permanecem como testemunhos da extinta civilização inca.  É a ideia do que foi e deixou de ser, de desaparecimento total que instiga a curiosidade, sugerindo que também a civilização humana um dia terá fim, nada restando do mundo que construímos e no qual vivemos. A finitude é arrasadora, corrói a noção de eternidade e afeta diretamente o sentido que damos à vida. Afinal, se tudo pode acabar de repente, se aquilo em que acreditamos não nos pode valer numa hora extrema, que sentido podemos dar a tudo isso?

Quem gosta desse assunto é Hollywood. Filmes e filmes são produzidos tendo por tema o fim do mundo. O apocalipse nos espera, mas pode vir de várias formas: movimento de placas tectônicas resultando numa formidável reação dos mares cujas águas cobrem tudo, colisão de corpos celestes com a Terra, vinda de alienígenas mais avançados tecnologicamente para dominar e destruir o planeta etc. Em situações como essas vemos nas telas humanos fragilizados, correndo desesperadamente para fugir a algo impossível de evitar porque maior e definitivo, impondo-se o fim à civilização humana. Imagens de cidades inteiras engolidas pelas águas são terrificantes. Nova York, símbolo da pujança norte-americana, é a preferida dos cineastas. De fato, são inúmeras as vezes em que a Estátua da Liberdade é derrubada pelas águas oceânicas, dando início a um processo de destruição e desparecimento total dessa grande metrópole.

Mas, à pergunta do rapaz. De que as consequências do efeito estufa são notáveis, entre elas o degelo das calotas polares com subida do nível dos mares, todo mudo sabe. Existe, sim, um grupo de cientistas que discorda disso, mas o consenso é o de que as nações devem cuidar com urgência da poluição e emissões de gases para evitar as consequências do efeito estufa. Demais, nos últimos tempos os fenômenos atmosféricos tem-se tornado mais frequentes e agressivos. Temperaturas elevadas, grandes secas, chuvas excessivas, furacões, tornados, tsunamis e terremotos têm acontecido com frequência assustadora. Neste momento mesmo está em andamento o furacão “Katia” que ameaça as Bermudas e a costa leste dos EUA. No Brasil a secura do ar é recorde em algumas capitais. Entretanto, daí à subida do nível dos mares a ponto de encobrir cidades há uma distância muito grande, pelo menos por agora.

O rapaz que me fez a pergunta é um jovem cuja formação não passa de básica. A ele escapam as explicações e teorias acerca do ambiente. O que o assusta é a noção de que tudo acabará um dia, o fim do mundo. Pedreiro de ofício o rapaz vive a construir e sabe quanto esforço é necessário para erguer uma simples parede. Talvez por isso a ideia de uma destruição total, em poucos minutos, de algo grandioso e construído ao logo de tanto tempo o revolte. Foi o que me disse depois. Para ele nada disso chegará a acontecer porque sempre existe um jeito de impedir, quem sabe a ação divina a proteger os homens.

Desaquecimento Global?

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A cultura relacionada ao aquecimento global está bem estabelecida e é de conhecimento público: emissão de gases estufa, aquecimento, degelo das calotas polares, elevação do nível dos oceanos, alterações climáticas etc. Contam a favor do aquecimento um sem-número de ocorrências climáticas que podem ser consideradas incomuns dada as suas frequências. Entre elas se alinham os espantosos níveis de pluviosidade atualmente observados, as altas temperaturas de um verão que avança pelo outono, os tsunamis, ciclones, tornados, inundações etc.

O aquecimento global é ensinado nas escolas, faz parte dos materiais didáticos e tem gerado discussões enormes entre as potências do mundo que são responsabilizadas pelas emissões de quantidades excessvas de gás carbônico. Entretanto, vez por outra, surgem vozes dissidentes como a dos geólogos José Reinaldo Bastos da Silva e Celso Dal Ré Carneiro.

Bastos e Carneiro publicaram no jornal “O Estado de São Paulo” de 31 de março um artigo intitulado “Desaquecimento Global”.  Segundo os dois geólogos o planeta Terra está, atualmente, numa era interglacial, sendo a temperatura média da Terra igual a 15º C. Inexiste, portanto, aquecimento global. Isso se explica porque a dinâmica climática é controlada por fatores astronômicos, atmosféricos e tectônicos. Embora nem tudo esteja esclarecido o fato é que tanto o aquecimento como o resfriamento global são naturais, embora esses fenômenos possam ser amplificados pela ação devastadora do homem sobre a natureza.

 Inexiste, portanto, a necessidade de salvar o planeta de vez que os fenômenos são cíclicos. Na verdade o foco é outro: é preciso salvar a espécie humana que destrói o hábitat onde vive.

Falar em desaquecimento global é navegar contra uma corrente geral que assimilou a idéia de aquecimento. Tempos atrás se divulgaram notícias sobre maquiagem de dados relacionados à elevação da temperatura terrestre. A farsa, se aconteceu, teria motivações políticas, visando influir nas reuniões dos países ricos a respeito da preservação ambiental.

Enfim as coisas estão nesse pé, com a balança pendendo para o lado do aquecimento. Mas, é importante frisar que Bastos e Carneiro não estão sozinhos: há pessoas na comunidade científica que comungam da idéia de desaquecimento global.

Da necessidade de Papai Noel

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natalEle existe, sim, não duvidem. Ainda bem, porque mais que nunca precisamos muito dele. De fato, o bom velhinho com sua barba longa, roupa vermelha e os seus ho, hoo, hooos é figura indispensável nos dias atuais.

Ele que anda por aí em seu trenó puxado por renas consegue, através de sua simples presença, gerar um clima de euforia ainda que injustificável dadas as circunstâncias do cotidiano que nos cerca.

Nessa coisa de alegria acima de qualquer coisa, Papai Noel é de fato imbatível. Nenhuma personagem criada pelo homem consegue reunir tantos predicados positivos quanto o Papai Noel. E isso não é válido apenas para as crianças: os adultos vêem no bom velhinho o lastro de magia que falta a eles no cotidiano de vidas abafadas por pressões, desencontros e dificuldades de toda ordem.

Quem duvida que saia às ruas e procure sentir o pulso da vibração popular. São pessoas correndo para todos os lados, comprando presentes, abraçando-se. Papai Noel está em seus corações.

Dirão que isso acontece todo ano, afinal natal é natal, momento de confraternização e ponto final. Não sei. Há no ano que termina algo de diferente, como se mesmo entre estranhos houvesse busca de maior solidariedade. Pode-se captar por aí um sentimento de que as pessoas precisam uma das outras, mais que antes parece necessário a elas darem-se as mãos para que uma corrente positiva de pensamentos se estabeleça.

Vocês não notaram nada disso?  Estou exagerando? Acho que não. Creio que a fraternidade aumenta nos momentos em que, ainda que subliminarmente, as pessoas se dão conta de que algo maior está acontecendo e as ameaça. É aí que entra toda essa história de aquecimento global, escalada da violência e mesmo a hipótese de fim das espécies por um colapso global.

Multidões agindo em uníssono adquirem força e respeito. Pode-se, por exemplo, não ter nenhuma religião ou não acreditar em Deus. Mas não há com negar que as multidões formadas por pessoas tão díspares que se reúnem em torno da Padroeira, em Aparecida do Norte, gerem um tipo de energia desconhecida, bastante palpável naquele lugar. Acontece lá; acontece por aí por ocasião do natal.

O Natal está chegando. Recebo abraços inesperados e sorrisos com os quais não contava. Observo maior candura em olhares e as pessoas parecem cansados de brigar tanto. Há, sim, sempre alguém mais grosseiro, pronto para faltar com as gentilezas no trato.  Mas, não são muitos.

O que leio nos semblantes é que as pessoas estão mais atentas ao significado do Papai Noel. Por isso, ele é indispensável ainda que não possa nos dar de presente tudo aquilo que gostaríamos, tal como homens públicos mais responsáveis, menos corrupção e violência, redução da fome e da miséria e assim por diante.

Não adianta resistir porque no fim teremos que concordar: a grande personagem do 2009 que termina é o Papai Noel. Ele é “o cara”.

- Ho, hoo ,hooo.

Aquecimento Global

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Imagino uma situação na qual a Terra tivesse oportunidade de dar a sua opinião sobre o que acontece em sua superfície. Teria ela os olhos voltados para o encontro de Copenhague?

Em primeiro lugar seria preciso saber se a Terra é suscetível a vaidades. Teria para ela alguma importância mostrar-se totalmente coberta pelas águas ou, ao invés, apresentar-se com o oceano margeando grandes porções de terra? E quanto aos seres que vivem em sua superfície? Importar-se-ia ela em registrar aos olhos do universo a existência de vida na sua superfície?

De uma coisa estamos certos: a Terra não gosta de ser agredida, reprova as transformações que a ela são impostas e reage violentamente quando atacada. Em função disso os seres que a habitam sofrem com as consequências decorrentes das agressões ambientais.

Se eu tivesse que comparar a Terra a um ser humano certamente escolheria o segundo presidente do Brasil, Marechal Floriano Peixoto, como personificação dela. Floriano passou à história como homem de ação e de poucas palavras, sendo frequentemente comparado a uma esfinge. Durante a Revolta da Armada, ocorrida no Rio de Janeiro, em 1983, o então presidente destacou-se pela sua firmeza. Quando o staff político da época mostrou-se em dúvida sobre as medidas a tomar, Floriano pronunciou uma frase famosa:

- Enquanto vocês discutem eu vou agindo.

Creio que se a Terra pudesse falar ela diria exatamente isso aos notáveis reunidos em Copenhague. Enquanto eles discutem a Terra age, infelizmente cada vez mais violentamente. Cerceados por interesses políticos e econômicos os homens que governam o mundo querem, cada um, reduzir a sua participação e muitas vezes até mesmo a responsabilidade em relação à emissão de gases estufa. Nesse ritmo talvez não se possa esperar grande coisa em termos práticos para os próximos anos.

E o Brasil? Segundo dados divulgados pelo INPE a coisa aqui tá escura. Para o nosso desespero o aquecimento global será maior no Brasil. Se a temperatura subir 1,8 graus em média no planeta, no Brasil esse aumento será de 2 graus. O Brasil terá, portanto, um aumento de temperatura 20% maior que a média global. Pior: se o desmatamento continuar a elevação da temperatura no país será de 3 graus em relação aos mesmos 1,8 graus da média global. Isso significará redução das águas, do regime de chuvas e elevação do nível dos mares além de outras inúmeras consequências.

Infelizmente a Terra não fala. Em seus bilhões de anos de existência ela deve ter aprendido que em certas circunstâncias palavras não resolvem: é preciso agir. Talvez por isso ela até admire gente de ação, como aquele Floriano que um dia andou por aí e cuidou dos interesses do Brasil.

Os hackers e o aquecimento global

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Por favor, alguém mais esclarecido explique-me sobre a utilidade dos hackers. Isso digo porque pelo que sei eles são apenas os caras que invadem o espaço alheio causando enormes prejuízos a pessoas, corporações, governos etc.

Os hackers são o Grande Irmão do mundo atual. Seus olhos nos vigiam através de longos dedos conectados a fibras invisíveis que transportam impunemente os comandos nascidos nos seus teclados. Hackers bonzinhos só aqueles dos filmes de ação nos quais um deles, quase sempre caracterizado como um sujeito meio louco, com custo decide ajudar algum detetive a desvendar tramas que arrasariam todo o universo.

Na vida real os hackers não são bonzinhos: invadem sistemas como o do Pentágono, de governos, de bancos, roubam senhas pessoais etc. Se alguma utilidade têm é pelo fato de estarem sempre de plantão para que a eles se atribuam acontecimentos cuja responsabilidade ninguém quer assumir.

Não concorda? Então você se esqueceu de que no último apagão a primeira coisa que se disse foi que faltou energia por ação de hackers. A internet saiu do ar causando prejuízo a milhares de pessoas? Ora, os hackers burlaram o sistema de segurança dos provedores e nada pode ser feito contra a sua maldosa ação.

Mas, decido falar sobre os hackers porque eles mais uma vez estão no topo de uma grande confusão. Eles, sempre eles, interceptaram emails de cientistas dando conta daquilo que seria um truque para convencer o mundo sobre o aquecimento global. Ou seja, não haveria perigo algum de aquecimento, os dados teriam sido manipulados e os governos que estão reunidos em Copenhaque para decidir sobre a redução da emissão de gases estufa estão sendo manipulados e enganados.

A ação dos hackers serviu como estopim para que os rebeldes sem causa encontrassem assunto no qual se empenhar. O fato é que imediatamente gerou-se uma onda de protestos contra ambientalistas e toda essa gente que estaria mentindo sobre os destinos do planeta. Nada de degelo das calotas polares e elevação do nível dos oceanos, portanto. Tudo obra de mentes perigosas e mal intencionadas com o intuito de mobilizar toda a espécie no sentido de preservar o mundo em que vivemos.

Depois disso, peço a alguma boa e piedosa alma que, por favor, fale claramente sobre a real utilidade dos hackers, se é que eles existem para terem qualquer utilidade.

Aguardo a resposta e juro que vou passá-la para muita gente que comunga da minha dúvida.

Escrito por Ayrton Marcondes

8 dezembro, 2009 às 11:05 am

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Aquecimento Global

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Há quem não acredite no aquecimento global ou quem não esteja nem um pouco preocupado com ele. Para muita gente essa história de emissão de gases-estufa não passa de argumento para discussões intermináveis que se traduzem em pressões entre governos. Ao entrar na pauta de negociações o aquecimento global serviria a interesses vários, nem sempre direcionados ao bem estar comum. E assim por diante.

De uma coisa podemos estar certos: pouca gente se dispõe a abrir mão de seu modo de vida em prol da saúde do planeta. Nos países ricos prevalece a idéia de que os mais pobres é que devem ser mais contidos. O “The american way of life” é uma prova substancial dessa afirmação.

O recente encontro entre os presidentes Obama e Hu Jintao foi uma decepção em termos de acordos climáticos. É preciso lembrar que, juntos, EUA e China são responsáveis pela emissão de 40% dos gases responsáveis pelo efeito estufa. O presidente chinês fechou a conversa com a seguinte frase: “Cada país fará a sua parte de acordo com a sua capacidade”. De concreto, nada. Para Obama o mundo deve ser convocado para buscar a solução para o problema climático.

A oportunidade está próxima: dentro de poucos dias terá início a Convenção de Mudanças Climáticas da ONU, a ser realizada em Copenhague. Se atentarmos para a evolução anterior das discussões sobre o assunto infelizmente não teremos motivo para achar que do encontro sairá um tratado capaz de reduzir a emissão de gases-estufa.

Enquanto isso, o clima vai sendo alterado e a olhos vistos. Não me lembro de períodos tão longos de transformações climáticas abruptas e com conseqüências danosas para a população. O sul do Brasil tem sido alvo de grandes tormentas que ultrapassam as médias anuais desse tipo de acontecimento. Grandes ventos, tornados, vendavais, chuvas e enchentes têm se tornado rotina na vida de milhares de pessoas.

É indispensável que pelo menos um grande passo seja dado na reunião de Copenhague. Trata-se da necessidade de minimizar um risco que cresce a cada dia. Segundo um relatório das Nações Unidas, de 2006, a população humana atual de 6,2 bilhões de habitantes deverá a chegar 9,2 bilhões em 2050. Serão mais 2,5 bilhões de pessoas alimentando-se, poluindo, grande parte delas dirigindo carros.

Está mais que na hora dos governos buscarem soluções alternativas para o problema da energia. Todo mundo repete isso e não se pode negar que se dissemina cada vez mais a consciência coletiva sobre essa necessidade. Mas de nada adianta ficar nas palavras como, aliás, acontece com esse texto.

É preciso agir: acordos entre governos, ações efetivas e a participação das populações de cada país. Sem romantismo. Sem essa de que o nosso pobre planeta está ameaçado e precisamos fazer alguma coisa. É para fazer e pronto. As gerações futuras agradecem.