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O ano do Tigre

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ano-do-tigreAno que termina, resenhas no ar, expectativas para 2010. Haverá paz? Será reduzida a emissão de gases estufa? O Irã não fará uso do arsenal atômico que está preparando? A Coréia do Norte entrará em acordo com os regimes democráticos e deixará em paz a Coréia do Sul? As chuvas darão tréguas? E as enchentes, hein? Nossa, quem será o próximo presidente da República no Brasil? E o seu time, vai dar mais alegrias do que tristezas?

Coma bem na ceia de natal, festeje como nunca no réveillon, mas prepara-se: 2010 é o ano do Tigre no calendário chinês. O ano do Tigre tem início marcado para o dia 14 de fevereiro de 2010 e terminará em 2 de fevereiro de 2012.

Não sei se você dá alguma importância para o calendário chinês, mas sempre é bom saber o que significa esse tal “ano do Tigre”. De uma coisa esteja certo: tudo que se relaciona ao Tigre é bravo. Você sabe que tigre é um bicho que não dá mole. Toda aquela beleza, a calma aparente e os gestos suaves de felino tornam-se extremamente violentos de um momento para outro. Você já viu apelidarem de Tigre um sujeito bonzinho, pequeno, fraco e calmo? Não, né? Pois, então, fica muito fácil entender o que o calendário chinês quer dizer com “ano do Tigre”.

Será, portanto, um ano explosivo, violento, bom para desastres, favorável à guerra e muito rico em desentendimentos em todas as esferas. Ações inconsequentes e temperamentos explosivos serão a marca registrada de 2010. Nada de bom? É… Será um ano bom para recuperar coisas pedidas, sair de falências, muito bom para mudanças e purificação das pessoas.

Como se vê, se o calendário funcionar mesmo, 2010 será justamente o ano de que não estamos precisando num mundo já caótico onde o entendimento está cada vez mais difícil. Daí que é de pensar se não seria melhor burlarmos o calendário gregoriano e entramos diretamente em 2011 ou 2012, embora sem esquecer a possibilidade do fim do mundo prevista pelo calendário maia.

De todo modo, fica a impressão de que os calendários não estão a favor da humanidade: o chinês celebra 2010 como o ano do pavio curto; o maia garante o fim do mundo em 2012.

Você não acredita nisso, não é? Ainda bem. A verdade é que em todas as épocas pairaram sobre a humanidade ameaças de ações de forças desconhecidas que, afora algumas coincidências, não se confirmaram. Esperava-se, por exemplo, o fim do mundo para o ano 1000, segundo a interpretação do texto bíblico do Apocalipse de São João, no qual se lê que:

“depois de se consumirem mil anos, Satanás será solto da prisão, saindo para seduzir as nações dos quatro cantos da Terra e reuni-las para a luta (…). Mas desceu um fogo do céu e as devorou (…) e os mortos foram julgados segundo as suas obras (…). Vi, então, um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra desapareceram e o mar já não existe”.

Para os homens medievais nada restaria após mudança de milênio. A voz que os advertia sobre isso vinha dos mosteiros onde se pregava o fim do mundo no ano 1000, com a ocorrência de acontecimentos como a aparição do Anticristo, a volta de Jesus à Terra, o Juízo Final e o julgamento de todos os homens por Deus.

O mundo não acabou no ano 1000, talvez não acabe em 2012. Se o Tigre vem aí que seja precedido pelos abre-alas de sempre, com muita luz, cores e samba. Relaxe: como os homens são imprevisíveis, talvez decidam se entender justamente agora só para contrariar o Tigre.

A ordem é desafiar o Tigre. O mundo precisa disso.