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Curso de homem-bomba

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Por mais que me esforce não consigo entender a lógica do pensamento dos homens-bomba. Trata-se de um suicídio premeditado que arrasta junto de si número considerável de inocentes. Isso sem falar nos danos materiais causados pelas explosões.

Nesse caso específico nenhuma explicação me convence a começar pelas justificativas de diferenças culturais. Radicalismo, fé e terrorismo se misturam nessa marcha de sacrifícios que parece não ter fim. Fica em aberto não só o significado como, também, o sentido da vida. Acreditarão os homens-bomba numa imediata vida após a morte ou num breve retorno ao planeta sob a forma de reencarnação? Ou o sacrifício a que se submetem justifica-se pela grandeza de um ato em favor dos interesses de seu grupo?

Li que um pai enviou o filho para uma missão na qual ele morreria. Aconteceu ao jovem de 14 anos de idade não ter conseguido atravessar um rio e retornar para sua casa sem levar a termo a missão que a ele fora confiada. Fracasso total não aceito dentro dos padrões da família.

Dias atrás, ainda neste janeiro, um estudante chegava à escola quando reparou na presença de um estranho vestido com casaco suspeito. O estudante pôs-se a correr atrás do suspeito e por fim abraçou-o. Nesse momento aconteceu a explosão que matou os dois. Isso aconteceu no Paquistão e o estudante foi considerado herói por ter salvado as vidas de inúmeros colegas de escola. Mas, afinal, por que explodir-se dentro de uma escola, levando consigo crianças inocentes?

Por fim, descubro que existem cursos de treinamento para homens-bomba. Nesta semana aconteceu um acidente no Iraque enquanto um instrutor mostrava a seus alunos - os futuros-homens-bomba - como manipular os explosivos. A explosão inesperada matou não só o instrutor como aos 22 alunos de seu curso. Isso sem falar nas outras quinze pessoas que estavam próximas e ficaram feridas.

Eis aí um caso que dá o que pensar. O certo seria lamentar a morte dos futuros homens-bomba. Aliás, seria muito cristão lamentar que seres humanos, provavelmente jovens, tenham perdido a vida tão brutalmente. Mas, quando penso no que cada um desses jovens poderia fazer, provocando explosões e matando inocentes, confesso que não consigo me condoer pela morte deles.

Curso de formação para homens-bomba, era só o que faltava nesse louco mundo.