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Preparando-se para a aposentadoria

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Leio no jornal que as pessoas cujas aposentadorias se aproximam precisam se preparar. Fala-se sobre a perda de referência ao sair o emprego e o grau de desajuste relacionado à falta ambientação fora do ambiente de trabalho.

Sugere-se um roteiro que inclui assistir a alguns filmes (O curioso caso de Benjamin Button é um deles), ler alguns livros e até procurar auxílio psicológico. A ênfase é a de que a aposentadoria não passa de um novo período que começa e pode ser muito bem aproveitado. Enfim, existe vida útil pós- aposentadoria, o negócio é não parar de repente e ficar sentado em casa, na frente da televisão. De um jeito ou de outro as coisas acabam se ajeitando, portanto nada de desespero. Mas, o que não se pode deixar acontecer, de jeito nenhum, é a pessoa aposentar-se sem ter feito um plano de ação, caindo, da noite para o dia, numa rotina que a faça parecer inútil.

Tudo bem, mas pelo que se vê por aí, o grande problema é justamente a elaboração de um plano de ação. Depois de 35 anos trabalhando, às vezes numa única empresa, o recém-aposentado corre o risco de sentir-se como alguém a quem foi retirado o chão sob os próprios pés. É difícil preencher as longas horas do dia fazendo coisas que dêem a sensação de “continuar sendo útil”. É claro que a nova situação depende muito de cada pessoa, de suas condições, mormente as de natureza econômica. Já dizia um grande filósofo popular que com dinheiro tudo fica mais fácil. Aposentar-se e ter dinheiro suficiente para fazer o que der na telha, inclusive continuar trabalhando, é o que há de melhor, mas infelizmente é para poucos.

preparando-se-para-a-aposentadoriaDe fato, não é o que acontece com a grande massa de trabalhadores para os quais os valores mensalmente recebidos em função da aposentadoria não são suficientes para fazer frente às despesas da família. Na verdade a aposentadoria vem somar-se a outros ganhos, funcionando como uma espécie de refresco muito bem vindo após 35 anos de muito esforço.

Do jeito como ela é, para a maioria, a aposentadoria se apresenta mais como problema que solução. Ela carimba no trabalhador o rótulo de aposentado, abre um período de parcas escolhas na vida profissional e, em geral, fornece proventos mensais cujos valores não fazem frente às necessidades. Se a tudo isso somar-se o envelhecimento e certa predisposição à depressão, veremos que são muito bem-vindas as campanhas de ajuda e esclarecimentos aos que se aproximam da aposentadoria. Afinal, previsão e organização não fazem mal a ninguém.

Ao plano de ação, portanto.