“Innocence of Muslins” at Blog Ayrton Marcondes

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Liberdade de expressão

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“Innocence of Muslins” (A inocência dos muçulmanos) é o nome de um filme que está dando o que falar. Seu autor chama-se Sam Bacile nome certamente fictício. O filme tem 14 minutos de duração e satiriza o profeta Maomé, fundador do Islã.

A reação dos povos islâmicos ao filme é violenta a começar pelo ataque ao consulado norte-americano em Benghazi, na Líbia, que resultou na morte do embaixador dos EUA e alguns funcionários. Centenas de pessoas atacaram a embaixada dos EUA no Iêmen e grupos fundamentalistas antiamericanos estão em ação. De nada adiantam explicações dizendo que o filme não retrata a opinião do governo norte-americano. A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, veio a público para classificar o filme como repugnante e tentativa cínica de ofender pessoas por sua crença religiosa, embora destacando que o governo não pode interferir na liberdade de expressão do país.

Eis aí assunto complexo. Alguém produz dentro dos EUA filme ofensivo à fé, divulga-o na internet, sabendo que vai atingir o nervo central dos povos de origem muçulmana. Mais que isso, o filme insere-se numa complexa e mal fechada teia de confrontos a todo custo mantida dentro de algum controle desde que foi iniciada a Primavera Árabe. Entretanto, o autor do filme tem a protegê-lo o sagrado direito democrático da liberdade de expressão que os EUA valorizam ao extremo, tanto que a Casa Branca sente-se de mãos atadas em relação ao filme.

Obviamente o discurso de Hillary Clinton cai no vazio porque ouvido e compreendido apenas pelos norte-americanos de vez que a “liberdade de expressão” não pode ser entendida na cultura dos povos muçulmanos ainda mais envolvendo agressão a Maomé. De todo modo fica em aberto a questão das responsabilidades nesse triste episódio ainda em andamento. As consequências de um filme claramente produzido para ofender a crença muçulmana rincluem mortes e protestos que se espalham no Irã, na Tunísia, no Marrocos, e no Iraque. Enormes esforços diplomáticos se fazem necessários para conter a progressão da crise gerada por esse filme ao qual não se pode negar ter atingido o alvo a qual se propusera.