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Um amigo me fala sobre filmes. Disse que não posso deixar de assistir ao filme “A Criada”, produção sul-coreana. Trata-se de um longa de mais de duas horas cuja trama é surpreendente. Isso além da qualidade da fotografia, justeza do roteiro, ótima direção, bons atores e assim por diante. É o que o amigo me diz.

Confesso que adoro cinema. Assisto a filmes com grande frequência. Mas, longe de mim qualquer incursão crítica sobre as obras que frequento. Análise da história, roteiro, figurinos, música, fotografia, atuações etc., melhor deixar para quem é do ramo. O que não significa que não possa ter opinião sobre as películas que assisto. De tanto ver, observar detalhes, alguma coisa sempre fica.

Tudo isso para chegar ao ponto de dizer que não reúno estrutura para contestar alguém que realmente entende de cinema. O amigo de quem falo já participou de filmagens em sets de cinema e conhece de perto gente ligada à produção de filmes. Pois ele me diz que não entende como o Brasil, país do tamanho que é e com tanta gente inteligente, não consegue produzir filmes que alcancem grande projeção no cenário internacional. Fica-se, aqui, no terreno das boas comédias e raros filmes que nos façam pensar.

Não sei dizer se ele está certo ou errado. Falta-me o acompanhamento de tudo o que vem sendo lançado pelo cinema nacional. Digo a ele que, em todo caso, há que se valorizar as dificuldades financeiras ligadas à produção. Com dinheiro a rodo, como acontece nos EUA, a coisa seria bem outra. Aliás, de que somos capazes de fazer bom cinema não restam dúvidas. Ao longo de nossa história aqui se produziram filmes de grande relevo. “O Pagador de Promessas”, de Anselmo Duarte, recebeu a Palma de Ouro em Cannes. Em passado recente a atriz Fernando Montenegro foi indicada ao Oscar de melhor atriz. Isso para ficar em apenas alguns destaques.

O falecido Paulo Francis dizia que se Paulo Autran representasse em inglês teria sido um dos grandes do teatro e cinema norte-americanos. Aliás, a arte dramática brasileira tem contado com notável plêiade de grandes atores.

Um alto membro da comissão do Oscar criticou, recentemente, as produções cinematográficas brasileiras. Acusou-as de serem cópias de filmes americanos. Referia-se à temática dos filmes. Disse que gostaria de ser surpreendido por produções originais, de temática própria do país.

Insisto em dizer que me faltam elementos para sustentar discussão sobre esse assunto. Entretanto, não é possível negar-se que algumas das produções nacionais ficam a dever em qualidade em relação às de outros países.

No ano passado o cineasta Caca Diegues, a quem devemos filmes como “Joana Francesa” e Bye Bye Brasil, entre outros, disse que “estamos vivendo a época de ouro do cinema brasileiro”. Em 2017 foram produzidos mais de 150 filmes o que caracteriza crescimento na indústria do cinema nacional.

Entretanto, nem todos os filmes produzidos no país contam com a presença de grande público nas salas de exibição. Esse fato, aliado às dificuldades de financiamento para a produção, constitui-se no gargalo a ser transposto pela gente ligada ao cinema.

Escrito por Ayrton Marcondes

11 setembro, 2018 às 1:09 pm

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