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Eremitas

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Na infância conhecíamos Robinson Cruzoe, náufrago que fora viver numa ilha, enfrentado toda sorte de aventuras. Cruzoe é personagem do escritor e romancista Daniel Defoe (1660-1731) de quem também recebemos o livro “Mol Flanders” no qual são problematizadas as vidas de personagens solitárias e em crise.

Cruzoe passa muitos anos na ilha até vir a ser resgatado. Vive solitário, com um cachorro, sobrevivente do naufrágio, até encontrar um índio canibal, Sexta-feira, que passa a ser seu companheiro. O nome Sexta-feira foi dado ao índio por ter sido encontrado nesse dia da semana. No cinema a aventura de Robinson foi levada ao cinema, em 1997, sob a direção de Ron Hardy e George T Miller. Aliás, em se falando sobre filmes sobre náufragos, vale lembrar de “Náufrago”, estrelado por Tom Hanks. No filme Hanks é um funcionário da FedEx que, durante viagem à Malásia, se vê às voltas com o desastre do avião. Sobrevivendo ao acidente, o funcionário passa a viver numa ilha, isolado, enfrentando toda sorte de adversidades.

Mas, não só na ficção existem pessoas que vivem isoladas em ilhas. O japonês Masafumi Nagasaki, de 76 anos, se cansou de viver no mundo “normal” e optou por viver isolado numa ilha. Isolado numa das ilhas do arquipélago de Okinawa, Japão, Masafumi permaneceu durante 30 anos sozinho até ser retirado do lugar devido a doença. O japonês relata que no início usava roupas, mas perdeu seus pertences durante um tufão. A partir daí passou a viver nu, considerando a nudez como uma espécie de uniforme. O cansaço da civilização foi substituído por vida quase militar na qual passou a seguir as regras da natureza.

Masafume não chegou à ilha por ser náufrago. Trabalhava num fábrica em Osaka quando soube da existência da ilha através de um amigo. Durante um voo assustou-se com a poluição que viu no mar e decidiu-se a abandonar tudo, tornando-se eremita.

Há gente que prefere a solidão, embora para isso sejam necessários nervos fortes. Abandonar tudo exige força e determinação, além de descaso pela sociedade em que vivemos. Não sei a quantas pessoas essa opção possa parecer razoável ou mesmo lógica. No caso de Masafumi a opção é clara: recuperado, pretende retornar à ilha onde viveu nas três últimas décadas.

Escrito por Ayrton Marcondes

28 junho, 2018 às 1:44 pm

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