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Futebol e cinema

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Em entrevista a jornalistas o produtor de cinema Rodrigo Teixeira afirma que filmes sobre futebol não dão certo. Quem faz a afirmação não é qualquer um. Teixeira é brasileiro bem-sucedido no mercado norte-americano de cinema. Mantém uma sociedade com o famoso diretor Martin Scorcese e está por trás da produção de grandes filmes. Agora se prepara para a produção de um filme com ninguém menos que Brad Pitt.

Confesso nunca ter pensado sobre as dificuldades de produção de um filme sobre futebol. Teixeira diz que o jogo não serve para ser transposto à tela. Já assisti a algumas películas cujo tema é a peleja travada dentro das quatro linhas. Não há como negar que são muito favorecidas pelas tramas paralelas e não pelo jogo em si.

Mas, futebol é paixão e tudo o que provém dele é quase sempre bem-vindo. No passado frequentei estádios com assiduidade e, posso dizer, vi grandes craques em ação. De alguns jogos realmente memoráveis guardo detalhadas memórias.

Os mais velhos se lembrarão de que, não faz tanto tempo assim, não tínhamos transmissão pela TV de jogos de futebol. Nessa época dependia-se da opinião dos locutores de rádio que narravam as partidas, nem sempre com total isenção ou correção. Em 1954 o Brasil foi desclassificado da Copa do Mundo pelo notável time da Hungria no qual pontificava o grande Puskas. A derrota, então atribuída à parcialidade do árbitro da partida, revoltou a torcida brasileira. Tanto que o nome do árbitro, um certo Mr. Ellis, passou a ser sinônimo de “ladrão”, aqui em nosso país. “Dar uma de Mr. Ellis” tinha o significado claro de contravenção. Entretanto, mais tarde o vídeo-tape da partida veio a revelar que o tal Mr. Ellis não tinha sido tão parcial assim contra o Brasil. Na verdade os craques canarinhos haviam enfrentado uma das maiores seleções de futebol da história a qual, incompreensivelmente, viria a ser derrotada no jogo final pelo selecionado alemão.

Em 1958 o Brasil conquistou a Copa na Suécia. Ouvimos os gols de Pelé pelo rádio. Só vimos momentos das partidas de nossa seleção tempos depois no cinema. Até que, em 1970, tivemos, pela primeira vez, a transmissão direta da Copa do Mundo, realizada no México, ao vivo e a cores na TV.

No cinema o futebol sempre nos emocionou nos momentos que antecediam o começo da projeção dos filmes. Era o cine jornal, o Canal 100 que trazia imagens de grandes jogos. Em 2015 a exposição “Canal 100: uma câmera lúdica, dramática e explosiva” permitiu ao público rever passagens do excelente cine jornal.

De fato, filmes com roteiro sobre futebol nem sempre dão certo. Mas imagens de jogos nas telonas são fantásticas.

Escrito por Ayrton Marcondes

26 fevereiro, 2018 às 1:20 pm

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