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A insegurança dos animais

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Noticia-se que vacas e ovelhas são maltratadas em transporte da Europa para paises de etnia muçulmana onde são sacrificados. Viajando em navios são comprimidos em espaços onde, em grande número, não conseguem se acomodar. Imagens terríveis de animais verdadeiramente torturados foram divulgadas.

Quando menino fui algumas vezes ao matadouro de minha cidadezinha natal. A bem da verdade aquilo era um arremedo de matadouro. Ficava nos fundos do único açougue do lugar. Prendiam o animal com cordas. Seguia- se um corte fundo no pscoço de onde jorrava o sangue. Em agonia o animal se debatia. Até morrer. Daí por diante os açougueiros operavam sobre o cadáver, separando os cortes que seriam colocados à venda. Assisti a cenas dessa natureza pouças vezes,certamente movido pela curiosidade infantil. Não me recordo de qualquer sentimento negativo em relação ao que se passava no matadouro. Precisávamos da carne. Gostávamos da carne. Ainda gosto.

Não sou vegano. Conheço veganos que se enfurecem ao ouvir falar sobre matanças de animais. Confesso que de anos para cá o sacrifício de animais tem-me incomodado. Se me lembrar de que o maravilhoso bife de chorizo à minha frente veio de um animal sacrificado para matar a minha fome sou capaz de não comê-lo.

Um conhecido trabalhou numa grande empresa na qual milhares de frangos são sacrificados, continuamente. Falava-me sobre isso com naturalidade. Na verdade ele pedira demissão porque enjoara do cheiro do lugar. Lembrei-me do tempo em que não se compravam frangos em supermercados. As galinhas eram criadas no quintal. Quando precisavam delas era só buscá-las. Chegavam à cozinha, debatendo-se como se soubessem o que as esperava. Mãos treinadas quebravam-lhes o pescoço. Destroncadas não morriam imediatamente. A agonia durava algum tempo. Depois de mortas os cadáveres eram introduzidos em panelas com água quente para a retirada das penas. Restava abrí-las para retirar as vísceras. Depois boas cozinheiras cuidavam de transformar as aves em deliciosos pratos.

Não há muito os rinocerontes estavam na lista das espécies ameaçadas de extinção. Matam-se rinocerontes na África. Caçadores procuram os chifres desses animais cujas gramas chegam a valer mais que as de ouro. Há quem as queira por acreditarem em seu efeito milagroso para a energização em homens. são também usados em esculturas.

Dias atrás bandidos agiram no zoológico de Paris. Burlando a vigilância meteram três balas na cabeça de um rinoceronte e depois usaram serra elétrica para extrair o chifre maior. O menor não conseguiram arrancar. Depois fugiram, deixando atrás de si a canificina que provocaram.

Pobres animais.

Escrito por Ayrton Marcondes

14 março, 2017 às 7:06 pm

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