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Manifestações do além

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Assisti no NetFlix ao primeiro capítulo da série “River”. River é o nome do detetive que tem o papel principal da série. Trata-se de um homem envelhecido que acaba de perder sua parceira de investigações. No capítulo o expectador é apresentado a uma trama que se desenvolve lentamente, ao ritmo do detetive que a encabeça. Mas, o que realmente atrai em River é o fato de esse detetive viver no limite entre o real e o imaginário. A todo tempo River dialoga com mortos, inclusive com a parceira que foi assassinada.

Obviamente, River não é um homem comum. Tem senso apurado para investigações, é respeitado pela sua folha de serviços. Depois da morte da parceira seus hábitos de falar sozinho parecem avolumar-se. O modo como se comporta faz com que sua chefe o obrigue a sessões psicoterápicas, às quais ele comparece contra sua vontade. Numa dessas sessões a psicóloga pergunta a ele se tem a impressão de falar com os mortos. A resposta do detetive é interessante. River diz não acreditar na existência de nada após a morte. Para ele não existem fantasmas, a morte é o fim de tudo. Daí chamar de “manifestações” a seus contatos com pessoas que já morreram.

Manifestações? Conheci algumas pessoas sujeitas às tais “manifestações”. Nenhuma delas, entretanto, professava a ideia de que a morte é o fim. Para elas a vida após a morte era um fato, tanto que tinham a capacidade de ver pessoas já mortas. Uma senhora conhecida dizia ter trato cotidiano com os mortos. Certa vez almoçávamos quando, subitamente, ela voltou-se para a porta da sala e disse: fulano de tal está aqui. Era assim.

Não é possível saber-se o que se passa nos momentos que antecedem a morte, mas não é de todo incomum que pessoas nessa situação se refiram à presença de conhecidos que já deixaram este mundo. Presenciei mulher aparentada, momentos antes de falecer, referindo-se à presença de tais e tais pessoas que estariam junto dela. A emoção do momento, a despedida iminente, fez com que alguns dos presentes comentassem serem familiares e amigos já mortos que compareciam para acompanhar a moribunda ao outro mudo, ou plano espiritual superior.

A solução do enigma relacionado ao post-mortem infelizmente não é acessível aos encarnados. A promessa de um mundo superior no qual vivem os espíritos serve como estímulo a muita gente, Mas, não existe qualquer tipo de certeza em relação a isso.

Talvez o detetive River tenha alguma razão ao classificar os estranhos fatos que a ele sucedem como “manifestações”. Entretanto, mesmo essa explicação não soa convincente.

A série “River” parece ser instigante.

Escrito por Ayrton Marcondes

11 junho, 2016 às 11:29 am

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