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Diário de um anarquista

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Missão cumprida! Fodemos eles!

O problema da sociedade é a lentidão. Esses caras aí são devagar. Essa gente engravatada, os milhares que se apertam no transporte público, as mocinhas de coxas roliças, os velhos, os moços: tudo gente devagar. Essa gente dorme sono grande, demora a acordar. Tudo acontece e eles nada. Tipo de gente que aceita, não reclama. Gente de cabeça baixa, pescoço que tem aquela mola de subir e descer, aceitando.

Nós? Esperamos pela oportunidade. Acontece quando por milagre os nunca incomodados se incomodam. Como essa coisa de aumentarem as tarifas dos trens, ônibus, metrô… Bate no bolso, sabe como é.   Só tem uma coisa capaz de revoltar o povo: mexer com o bolso. O cara acorda às 5, deixa o filho doente em casa, se mete no subúrbio, chega no emprego em cima da hora, se arrebenta pra ganhar tão pouco, então aumentam as tarifas, a inflação come o salário: hora de reagir.

Tem quem marque a passeata, sei lá quem. É o sinal. Aquela gente se junta e começa a passeata dos corpos em protesto contra sei lá o quê. É a nossa hora. No quente do movimento infiltramo-nos. Somos uns poucos, sem outra  ideologia que não a de arrebentar - diga-se. O nosso negócio é bater, arrebentar. No meio daquela gente ninguém se dá conta de que não são só “eles”. Nós ficamos”eles”. Aí é bater, quebrar, agredir.

Certo que tem a polícia.  Os caras vêm com gás, bombas de feito moral, bala de borracha. Pedra neles. O grande momento é o da batalha, propriedade privada atacada, sangue escorrendo, porrada pra todo lado. É o que vale.

Você viu na TV o cara estourando o que tinha pela frente?

Pô, era eu.

Escrito por Ayrton Marcondes

10 janeiro, 2016 às 10:35 am

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Postado em Cotidiano

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