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O espírito de natal

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A impressão é a de que o “espírito natalino” está em baixa. Era mesmo de se esperar. A verdade é que não existem motivos para comemorações. Com a economia do país na bancarrota o comércio se retrai. A alegria de comprar bons presentes para entes queridos esbarra na falta de dinheiro. Os lojistas fazem o que podem. A previsão de que este venha a ser o pior natal em muitos anos se confirma.

Mas, resta o amor aos entes queridos. Restam os momentos de congraçamento entre membros das famílias que se unem no natal. O “espírito natalino” sobrevive no seio das famílias e só.

Há quem goste do natal e aqueles que odeiem a data. Pesquisa dinamarquesa agora publicada considera que algumas pessoas são mais propensas a gostar do natal. Segundo a pesquisa tudo não passa de maior ou menor aceitação de estímulos em certas áreas do cérebro. Alguns voluntários submetidos a observação de fotos mostram-se mais estimulados que outros ao verem motivos natalinos. Detectou-se maiores estímulos em áreas cerebrais desses voluntários.

A ser assim existe predisposição a gostar ou não do natal. Explica-se, ainda, o ódio que muitos nutrem em relação à data.

Não gosto do natal desde uma infeliz experiência vivenciada quando criança. Era eu o primeiro da fila de crianças à porta de uma casa paroquial onde seriam dados presentes à molecada. Primeiro a entrar fui avisado de que o melhor presente era um carro que poderia dirigir, pedalando. De jeito nenhum concordei com a oferta. Atraiu-me um minúsculo carrinho, inexpressivo, que cabia no bolso da calça. Em vão insistiram comigo sobre o erro da escolha. Não houve acordo. Saí de lá com o carrinho. O segundo da fila não pestanejou em escolher o carro de pedais.

Horas depois quando vi o tal circulando na praça dentro do carro vermelho me arrependi. Odiei-me com todo o ódio de que as crianças são capazes. Mas, era tarde.

Depois disso nunca mais gostei do natal que não chego a odiar. Hoje em dia participo com familiares, mas sem gosto. Na verdade as coisas pioraram. O natal me fez lembrar de pessoas queridas que se foram, gente insubstituível. Neste 2015 tive grande perda que certamente me pesará demais na noite de natal.

Escrito por Ayrton Marcondes

17 dezembro, 2015 às 2:34 pm

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