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Na prisão

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Publicou-se foto de José Maria Marin, ex-presidente da CBF, ajoelhado na catedral de St. Patrick, New York. Marin cumpre prisão domiciliar em seu apartamento no glamoroso Trump Tower, situado na 5ª Avenida daquela cidade.

Convenhamos que se tratam de condições excepcionais para uma pessoa presa, embora Marin tenha pago fiança milionária para ter direito ao benefício. Mas, os casos de prisão domiciliar dão o que pensar. Com a Operação Lava-Jato acontecem casos desse tipo em nosso país. Os presos usam tornozeleiras de localização e ficam sob a vigilância da polícia. Mas, será mesmo a prisão domiciliar uma vantagem enorme sobre a vida nos presídios?

No Brasil, dadas as condições em que vivem os reclusos, é obvio que sim. Mas, mesmo em casa a situação deve ser desoladora. Imagino-me dentro da minha casa, sem licença para sair dela. Se mesmo em liberdade há momentos em que tenho necessidade de dar uma voltinha porque me canso de estar em casa…

Hoje em dia gente graúda está atrás das grades devido ao envolvimento no chamado petrolão. Figuras exponenciais da vida pública são encarceradas por corrupção. Desvios de somas fantásticas de dinheiro são identificados, tendo atrás de si nomes de projeção nacional. Alguns dos acusados são pessoas que contavam até ontem de reputação ilibada junto à população. De repente…

Mas, como se sentirão esses homens que desfrutavam de todas as comodidades, tinham enorme poder e viviam em tetos superiores aos dos mortais comuns? Como será para o proprietário de uma enorme construtora permanecer atrás das grades, afastado de seus privilégios? Como será para um senador da República ser recolhido à prisão, autuado em flagrante?

Melhor não imaginar. A liberdade pertence à categoria de bens que não têm preço. Nada justifica, por melhor e maior que seja, fazer algo que redunde na perda da liberdade.

Liberdade é valor para o qual não existe moeda de troca. Perdê-la faz ruir o mundo em que se vive e o horror da prisão esmaga os valores em que acreditamos.

Portanto, olho aberto aí, pessoal.

Escrito por Ayrton Marcondes

26 novembro, 2015 às 12:42 pm

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