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Errando o caminho

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Um casal de idosos ia à praia e errou o caminho. Meteram-se numa favela onde foram recebidos com tiros.  Atingida a mulher não resistiu, tornando-se mais uma vítima nas estadísticas de homicídios.

Que me perdoem os usuários do Waze, mas tenho medo das rotas alternativas sugeridas pelo aplicativo. Há duas semanas fui ao bairro do Morumbi visitar parentes. Ocorre que era domingo e justamente naquela tarde jogavam São Paulo e Palmeiras no Estádio do Morumbi. Habitualmente passo pelo estádio para pegar a Av. Giovani Gronchi.  Entretanto, dado o grande afluxo de torcedores ao jogo e o trânsito complicado, decidi seguir outro caminho sugerido pelo Waze.

Bem. Eis que, de repente, me vi dentro da favela Paraisópolis. Era uma subida íngreme, numa longa rua de exíguo espaço pela qual só passava um carro, embora o trânsito nos dois sentidos. Não havia como voltar, daí só me restar seguir adiante. As pessoas me olhavam, cientes de que eu me perdera.  A certa altura tive que me arranjar junto à parede de uma casa para ceder espaço a uma Kombi que descia. Mais à frente dei com um táxi e foram necessárias várias manobras para que eu pudesse seguir o meu caminho. Por fim, já no alto, dei com um carro atravessado na rua. Ia me desesperando quando um homem, filho no colo, apressou-se em manobrar o carro, deixando-me passar. Poucos metros à frente, enfim a Giovani.

O mais interessante foi descobrir que aquela incursão em Paraisópolis encurtara enormemente o caminho, tanto que poucos minutos depois, cheguei ao meu destino.

Você me pergunta se tive medo. Sinceramente? Não! As pessoas me trataram com urbanidade e respeito. Um amigo me disse que passei por lugar potencialmente perigoso onde, tempos atrás, haviam matado uma autoridade que errara o caminho.

O Waze é ótimo e nos ajuda muito. Mas, há que se tomar cuidado com certas rotas sugeridas, ainda mais quando estamos em lugares que não conhecemos.

Escrito por Ayrton Marcondes

5 outubro, 2015 às 7:42 pm

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