Um ano depois at Blog Ayrton Marcondes

Um ano depois

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Dias atrás ouvi a narração do jogo entre as seleções do Brasil e da Espanha na Copa de 50. A narração de Antônio Cordeiro e Jorge Cury foi encontrada e disponibilizada recentemente por um repórter da Rádio Bandeirantes. A descoberta preenche mais um espaço daquela Copa tragicamente - para nós brasileiros - vencida pelo Uruguai. Na final, em pleno Maracanã e diante de 20 mil pessoas, o escrete brasileiro foi vencido por 2X1. Resultado inacreditável para uma seleção que despachara a Espanha por 6X1.

As imagens da derrota do Brasil podem ser vistas no YouTube. Tristeza, incredulidade e lágrimas foram o colorário da amarga derrota aré hoje considerada como uma das maiores tragédias brasileiras. O jogo de 50 tem lugar de destaque na história do país. Menino e rapaz ouvi de pessoas que estiveram no Maracanã ou escutaram pelo rádio  comentários sobre a dimensão da catástrofe. Barbosa, sempre ele, culpado. Bigode que deixara-se driblar por Gighia. A politicagem que não deu trégua aos craques antecipadamente campeões mundiais. Enfim, cada detalhe da derrota discutido, repisado, para sempre lembrado.

Foram necessários 64 anos para que uma sombra ameaçasse sepultar de vez as lembranças da derrota de 50. Há exatamente um ano, no dia 08 de junho de 2014, a seleção nacional foi humilhada pela Alemanha. 7×1 em pleno Mineirão, catástrofe com potencial para se igualar à derrota de 50.

Decorridos 365 dias da humilhação imposta pelo selecionado alemão estarrece constatar a triste situação do futebol nacional. Nenhuma renovação. Nenhuma mudança de rumos. Cartolagem sob estilhaços da descoberta de corrupção da FIFA da qual membros se encontram presos. Em meio a isso reúne-se nova seleção que é desclassificada sem chegar à semi-final na Copa América.

Não sei quanto tempo ainda tenho pela frente. Mas, se no futuro me perguntarem sobre o fatídico 7X1 não sei se conseguirei traduzir em palavras o nó na garganta, a dificuldade em respirar e, principalmente a vergonha daquele dia.

Meu pai pertenceu à geração que chorou 50. Levarei comigo a tragédia de 14. Será uma sina?

Escrito por Ayrton Marcondes

8 julho, 2015 às 5:42 pm

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