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Panelaço

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Ontem li Ferreira Gullar desculpando-se por tornar sempre ao assunto política brasileira. Justificava-se o poeta, dizendo ser impossível ignorar o que se passa no país.

Não dá mesmo. Você até pode fazer força para se alienar, mas aí para no posto para abastecer o carro, faz compras no supermercado, paga o plano de saúde e a escola do filho etc. A realidade bate à porta, melhor dizendo, no bolso. E garante-se que as coisas tendem a piorar e muito.

Enquanto isso a Lava Jato vai comendo pelas beiradas, correndo em direção ao centro. A tal lista do Janot deixou a classe política de joelhos. Um bando de acusados de se locupletar com propinas cedidas por empreiteiras teve seus nomes acolhidos no Supremo Tribunal Federal. Seguem-se, agora, os inquéritos.

Os acusados protestam. O vice-governador da Bahia produziu a seguinte pérola: “estou cagando e andando, no bom português, na cabeça desses cornos todos”. Depois desculpou-se da ofensa à sociedade. No fundo todo mundo está mesmo é tremendo. Ouvi no rádio que existem provas contundentes. No que vai dar só saberemos no futuro.

No momento ninguém fala bem do Brasil. Dá tristeza ver o que se publica sobre o país no exterior. Pintam o pior dos cenários. O escândalo da Petrobrás feriu fundo a credibilidade do governo e do país.

E o governo, atônito, se emprega em negar o tamanho da crise. Culpa a economia exterior e tudo o que puder ser apontado como fator desencadeante do que está aí. Enfim, não se assume.

Por tudo isso as pessoas protestaram ontem durante a fala da presidente na televisão. Panelaço. Viramos a Argentina.

O que assusta é a ausência de perspectiva. Não se acredita que da noite para o dia o trem volte aos trilhos. O Brasil exuberante encontra sua imagem algo deformado no espelho da história.

Vai passar, temos que acreditar.

Escrito por Ayrton Marcondes

9 março, 2015 às 11:58 am

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