As palmadas at Blog Ayrton Marcondes

As palmadas

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Na barraca de pastel a mãe conversa com a japonesinha. Ao lado da mãe a filha de 5 anos de idade. Amenina está ansiosa: quer um pastel. A mãe explica para a japonesinha que não vai dar o pastel porque nas últimas vezes a menina deu só uma mordida e jogou fora. A japonesinha olha para a menina e tem pena. Diz à mãe que a menina deve ter aprendido a lição talvez o melhor seja dar o pastel a ela. A mãe retruca que o dinheiro não está fácil, que o dinheiro do pastel servirá para comprar outra coisa. No fim vence a carinha de sofrimento da menina. A mãe sucumbe e pede o pastel. A japonesinha sorri diante do final feliz que não se completa porque a menina depois da terceira mordida avisa que não quer mais o pastel.

Vi uma mãe ficar brava com o filho manhoso, querendo algo que não podia ter naquele momento. Diante da negativa do mãe o pequeno se enfureceu: largou um tapa na mãe. Surpresa ela não pensou duas vezes: deu um tapa na mão do menino e o pôs de castigo. O pequeno chorou, mas logo se calou. Depois ficou sentadinho no sofá, fechado em si mesmo. Era só uma criança de 2,5 anos de idade, mas a mãe o corrigiu diante de ato considerado inaceitável.

Ninguém quer que crianças sejam maltratadas ou sofram qualquer ato de violência. Mas, é preciso separar o trigo do joio. Corre por aí a Lei da Palmada que acaba de ser aprovada no Congresso. Os pais estão em dúvida sobre o que é permitido ou não. Há quem discuta com veemência a interferência do Estado sobre a vida privada. Mas, há uma coisa que os pais sabem muito bem: tem hora que uma palmadinha é necessária para colocar as coisas nos trilhos.

Cresci numa época em que se apanhava - e muito - nas escolas primárias. Tive professores(as) especializados na educação pela porrada. Em casa minha mãe não dava mole: descia o cacete em qualquer situação que a desagradasse. Naquela época as surras não eram só dadas com as mãos. Havia a terrível vara de marmelo, um varinha fina que se levava para o padre da paróquia benzer. As surras eram, portanto, abençoadas. E pau na criançada que precisava aprender o respeito e a ordem para poder virar gente. Era assim.

Dos castigos da escola para mim o pior eram os minutos ajoelhado em grãs de milho. Aquilo doía. Acontecia quando o professor(a) mandava o aluno para a diretoria. Crianças impossíveis eram frequentadores habituais da diretoria. E nunca conheci uma diretora que não adotasse a linha de aplicação de castigos.

O mundo mudou e crianças não são surradas exceto nesses casos de inaceitável violência noticiados. Ainda bem. Mas que não se tolham os pais no direito deles de educar seus filhos. Sem violência, mas com os necessários ajustes.



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