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O caso do senador boliviano

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Quando você pensa que já viu de tudo surge o caso do senador boliviano que entrou no Brasil sob os auspícios de um diplomata brasileiro. O senador estava a mais de 400 dias recluso na embaixada brasileira da Bolívia acusado que foi de corrupção pelo governo boliviano. Opositor do regime de Evo Morales o senador se diz perseguido daí ter pedido asilo político ao Brasil.

A situação permaneceu nesse chove não molha, sem solução até que o diplomata brasileiro decidiu - por conta própria – retirar o senador do território boliviano. Viajaram de carro - o diplomata e o senador – por cerca de 2200 km até entrar no Brasil e chegar a Corumbá, no Mato Grosso. Agora o senador está em Brasília e o pau está comendo para todo lado. A Bolívia fala grosso exigindo explicações do governo brasileiro que, como vem acontecendo, adota atitude por demais cautelosa; o ministro das Relações Exteriores do Brasil é demitido; o diplomata diz que tomou a atitude depois de avisar ao governo brasileiro que a situação na embaixada na Bolívia tornara-se insustentável, havendo possibilidade de suicídio do senador; a presidente da República está danada da vida com a situação e disse poucas e boas a respeito das declarações do diplomata que servia o governo na Bolívia.

Pois é. O diplomata que trouxe o senador avisa que tem meios de se defender judicialmente. O governo certamente quer vê-lo fora da diplomacia. Há diplomatas brasileiros apoiando a ação do colega que estava em serviço na Bolívia. E é constrangedor ouvir o embaixador da Bolívia no Brasil praticamente com o dedo em riste, exigindo que o Brasil não só se explique como devolva o senador a quem acusa de banditismo.

Sobressai nessa história a falha do governo que deixou essa história se arrastar por tanto tempo. Há, também, que se reconhecer a coragem e empenho do diplomata brasileiro que arriscou a si e sua carreira tomando atitude que a maioria teria evitado, talvez para não se expor.

Enquanto escrevo, o imbróglio continua. Tempos novos esses, tão novos que envelhecem com a mesma rapidez em que nascem. O caso do senador boliviano - roteiro de filme - de tão inusitado dá a impressão de que, afinal, nada neste mundo é impossível. Agora o esforço vai ser para dar-se um jeito de acertar as coisas. Isso certamente acabará acontecendo de vez que o tal “jeitinho” faz parte do modo de agir nacional. Quanto ao senador acho que ninguém gostaria de estar na pele dele nesse momento.

Escrito por Ayrton Marcondes

28 agosto, 2013 às 11:04 am

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