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É filme

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O mundo anda tão louco que corremos o risco de nos confundir quanto à realidade dos fatos. Ficção e realidade misturam-se de tal forma que não dá para saber se até mesmo os nossos sentidos estão aptos para discernir as tramas que nos envolvem.

Hoje mesmo estive com uma senhora cujo carro foi abalroado violentamente por outro. Tamanho foi o impacto que o carro dela ficou completamente destruído. Para o seguro não restam dúvidas de que houve perda total do veículo, restando restituir à proprietária o valor segurado. Mas, e ela? Pois ela conta que no momento do acidente perdeu a noção das coisas, embora, incrivelmente, nada tenho lhe acontecido. Saiu de dentro dos ferros contorcidos sem um único arranhão e só demorou um pouco para se lembrar do que acontecera. Tamanho estrago e tanta sorte me levaram a perguntar a ela se na verdade não teria morrido e continuava a achar que estava viva. A mulher mostrou-se preocupada, beliscou-se, respirou fundo e só então sorriu dizendo: estou bem viva.

Aconteceu em Cannes um roubo de R$ 120 milhões em joias que estavam sendo exibidas em um hotel. Um homem - um único homem - entrou no Hotel Carlton Intercontinental. Ele estava armado, usava luvas e tinha o rosto coberto por um cachecol. Rapidamente e sem violência colocou joias e relógios incrustados de diamantes em uma maleta e fugiu. Segundo a polícia existe a possibilidade do ladrão estar ligado à gangue de ladrões de joias conhecida como Pantera Cor-de-Rosa que já roubou cerca de R$ 1 bilhão de joalherias europeias. Aliás, um dos membros da Pantera acaba de escapar de uma prisão francesa com a ajuda de cúmplices armados.

Convenhamos que o crime praticado em Cannes tem tudo para ser um filme. Roteiro perfeito, com a participação de um ladrão perfeito como aqueles que vemos nos filmes. Daí que ao ler a notícia corre-se o risco e ficar na indecisão sobre a realidade ou ficção do roubo.

Há um filme de Woody Allen no qual o personagem sai da tela e passa a circular no mundo, ao lado de uma espectadora de cinema. O herói do filme oferece à espectadora uma nova vida e a trama gira em torno desse fato. Como se vê a mistura entre ficção e realidade pode nos seduzir e até convencer. Por isso seria muito bom se a polícia de Cannes procurasse saber se o roubo das joias realmente aconteceu. Caso tenham dificuldades em resolver o caso os policiais poderiam pedir ajuda ao inspetor Clouseau  que, segundo consta, é o melhor que há quando o assunto é a Pantera Cor-de-Rosa.

Escrito por Ayrton Marcondes

30 julho, 2013 às 1:13 pm

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