Menores infratores at Blog Ayrton Marcondes

Menores infratores

deixe aqui o seu comentário

A “Folha de São Paulo” publica em sua primeira página da edição de hoje uma charge do cartunista Angeli na qual diante da pergunta “O que fazer com os menores infratores?” Hitler responde: “Posso dar uma sugestão?”

Não há como não rir da tirada inteligente e pior: de nós mesmos. O fato é que o cidadão comum se vê diante de várias considerações teóricas, opiniões de cientistas sociais e muita gente capacitada, nem sempre concordantes. No fim das contas ao homem que circula nas ruas só a resposta a uma pergunta realmente interessa: afinal, quando tudo isso vai acabar?

Se reduzir a idade de maioridade penal não resolverá o problema, então o que deve ser feito? Eis que nos vemos diante de um daqueles problemas da matemática que desafiam gerações de estudiosos sem que ninguém ache a solução. Aí aparece o governador de São Paulo propondo que os três anos de internação na Fundação Casa sejam mudados para oito anos em caso de crimes graves praticados por menores. Outra sugestão é a de que a punição a menores seja realmente aplicada somente em caso de reincidência no crime: um se aceita, dois é demais.

Temos ainda a tal discussão da possibilidade de recuperação de menores que sairiam bonzinhos depois de bem socializados. E os casos de menores que praticam crimes gravíssimos e são tidos como irrecuperáveis.

Há também essa hipótese hitlerista de eliminar todo mundo que muita gente gostaria de ver em prática, mas não tem coragem de admitir, pelo menos publicamente. Obviamente, trata-se de um absurdo, mas não dá para discutir com quem perdeu bestamente entes queridos.

Quando uma situação foge de controle o que nos resta é rir para não chorar. O apocalipse tem sinais e basta prestar atenção para identificá-los. Para citar um nesse caso dos menores infratores veja-se o tal sujeito que assaltou um ônibus, no Rio, e estuprou uma mulher durante o assalto. A cara do bandido apareceu em todos os meios de comunicação porque no ônibus havia uma câmera que filmou a ação dele. Viu-se a cara do monstro e isso permitiu que ele fosse identificado e preso. Aí, surge a continuação da história: o rapaz estava escondido na casa da avó e é menor de idade, está com 16 anos. A partir daí as fotos da prisão do rapaz passaram a ser exibidas sem que se pudesse ver o rosto dele porque faces de menores não podem ser divulgadas. Eis aí um sinal de algo que não cabe no entendimento racional das pessoas, algo que atinge a zona limítrofe entre o que é e não é, o que pode e não pode e por aí vai.

Essa coisa toda faz lembrar o governo de Floriano Peixoto, segundo presidente do Brasil, quando em vias de reação contra a Revolta da Armada no Rio de Janeiro, então capital da República. Como as autoridades não tinham consenso sobre o que fazer Floriano seguiu a sua própria cabeça, dizendo: continuem discutindo, enquanto isso vou agindo.



Deixe uma resposta