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Bicicletas no trânsito

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Pedalar é bom para a saúde e esporte muito agradável. Há anos não uso bicicletas que foram o meu principal meio de locomoção até os dezoito anos de idade. A última vez que pedalei foi numa época em que comecei a vir ao trabalho com uma bike nova e muito bonita. Numa das viagens uma Kombi me seguiu até que um sujeito gritou dizendo que a minha bicicleta era uma beleza. Ladrões. Desesperado e com medo de perder não só a bicicleta, mas a minha bolsa com dinheiro e documentos, fiz uma conversão forçada que a Kombi não poderia fazer. No meio da curva ouvi a buzina de um carro que felizmente conseguiu se desviar de mim. Então voltei para casa, guardei a bicicleta e fui trabalhar com o carro, como faço até hoje.

Que me perdoem autoridades e aficionados, mas acho uma loucura essa história de trafegar com bicicletas em São Paulo. Já não chegam as motos que se intrometem em espaços absurdos, muitas vezes cortando carros pela direita e provocando acidentes. Agora estimulam ciclistas com a promessa de ciclovias que afinal só funcionam nos fins de semana. Acontece que muita gente é ousada e se arrisca no trânsito louco da cidade, isso em dias normais e de grande movimento. Sempre que vejo ciclistas no trânsito, alguns irresponsavelmente sem capacetes, penso no perigo e terríveis consequências que podem advir de um acidente no qual a proteção é mínima. Se isso acontece com motos que afinal, são mais fortes e têm mais presença, que dizer das bicicletas?

De vez em quando noticiam-se acidentes com bicicletas que resultam na morte dos ciclistas. Há pouco tempo um motorista de ônibus foi acusado de ter colidido intencionalmente com uma ciclista, na Avenida Paulista, provocando a morte dela. Cena reconstituída pela polícia, ao local vieram muitos ciclistas que participaram de uma passeata de protesto.

Adoro bicicletas, mas não creio que sejam, hoje em dia, veículos seguros para se rodar no trânsito caótico e selvagem das nossas cidades. Hoje noticia-se a morte de um casal de ciclistas que fazia uma volta ao mundo pedalando. Estavam numa estrada a 80 km de Bancoc, Tailândia, quando colidiram com um veículo. Morreram os dois, aos 34 anos de idade. Tinham já pedalado em 23 países antes do infausto acontecimento que roubou suas vidas.

Não sou muito fã de corridas, mas acho fascinante a superação de atletas que se dedicam a esportes que exigem muito treinamento e sacrifícios. As competições esportivas com bicicletas estão entre as que me chamam a atenção. Entretanto, confesso que me senti fraudado quando o Lance Armstrong confessou que todas aquelas suas magníficas façanhas no ciclismo foram obtidas com a ajuda de estimulantes. O grande atleta norte-americano revelou-se uma fraude fazendo-nos desconfiar do que possa estar por trás de tantos recordes mundiais ao longo do tempo.

O esporte é belo quando a vitória realmente representa superação e conquista pessoal ou de um grupo. Falcatruas de modo algum podem ser aceitas porque enganam a boa-fé do público aficionado. Lance Armstrong entra para a história do esporte como falso ídolo, na verdade um enorme, muito grande, cara-de-pau.

Escrito por Ayrton Marcondes

19 fevereiro, 2013 às 11:18 am

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