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Vida de rei

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Dizem que reis nunca morrem. Isso parece ser verdade pelo menos em relação às memórias que se guardam sobre eles. Justos ou tiranos não importa: a história delimita o período de um reinado e os fatos que marcaram a atuação dos reis. Monarcas da antiguidade até hoje despertam curiosidade, vejam-se os livros e filmes sobre o Império Romano.

A ficção não prescinde dos reis. Uns poucos serviram à inspiração de Shakespeare e seus nomes foram legados á posteridade em peças do grande dramaturgo. Um dos reis eternizados por Shakespeare foi Ricardo 3º (1452-1485) a quem o dramaturgo atribuiu as célebres palavras: “Um cavalo! Um cavalo! Meu reino por um cavalo.

Ricardo 3º foi morto na cidade inglesa de Leicester, na Batalha de Bosworth, por ocasião da Guerra das Rosas travada entre as famílias lancaster e York. Ricardo que tinha escoliose e é retratado por Shakespeare como corcunda de mau caráter foi enterrado num mosteiro onde hoje se localiza um estacionamento.  E eis que para comemoração geral acaba de ser encontrado o esqueleto do rei e divulga-se não haver qualquer dúvida de que se trata mesmo dos restos dele. Isso é comprovado pelo achado de ferimentos entre os quais uma ponta de lança nas costas, a escoliose de que era portador e a comparação do DNA do rei com o de um marceneiro seu descendente.

O achado dos restos mortais de Ricardo 3º corrobora a afirmação de que reis não morrem. De repente Ricardo 3º sai de sua tumba e aparece nas primeiras páginas de jornal e noticiários em todo o mundo. Compõe-se a partir do esqueleto a face que teria o rei de modo que passamos a conhecê-lo mais de perto. Note-se que estamos a falar de um homem desaparecido há mais de 500 anos, retornando do mndo medieval diretamente para as nossas observações.

Olho para a imagem daquela que seria a face de Ricardo 3º e me pergunto sobre que tipo de homem ele afinal terá sido. Terá Shakespeare nos passado dados confiáveis sobre este rei que morreu em batalha? E como seria se ele realmente revivesse a voltasse aos dias de hoje, que impressões teria o antigo rei deste louco mundo em que vivemos?

De todo modo o rei está integrado á nossa época. Destaque em comemorações e atração turística em Leicester o rei agora vive na “nuvem” de dados da internet podendo acessar-se fotos de seu esqueleto com um simples click de mouse. Não é pouco para alguém que morreu antes do Brasil ser descoberto e membro da realeza.



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