Enterrado vivo at Blog Ayrton Marcondes

Enterrado vivo

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Leio sobre um homem que compareceu ao próprio velório em cidade do interior da Bahia. A tantas os parentes velavam o corpo e eis que surgiu o morto, bem vivo, na sala fúnebre. Familiares haviam reconhecido o corpo, mas enganaram-se. Não era ele. Desfeita a confusão o morto foi identificado e entregue à sua verdadeira família.

Tempos atrás assisti a um filme que de vez em quando se repete na TV paga. O título do filme esclarece magnificamente a trama que se vê na tela: “Enterrado Vivo”. De fato o espectador convive por mais de uma hora com um sujeito encarcerado dentro de um caixão tentando, desesperadamente, conseguir socorro através de contatos telefônicos. Grande parte do tempo ele está no escuro o que representa grande economia de cenários. O filme é inquietante dada a situação em que se encontra a personagem, mas cansativo porque o problema não se resolve. O espectador fica preso até o final apenas por querer saber no que vai dar aquilo tudo. O homem enterrado vivo safa-se ou não? Quem quiser saber tem que assistir ao filme.

“Enterro Prematuro” é o título de um fantástico conto de Edgar Allan Poe. Nesse conto toda atmosfera de terror que envolve a situação de alguém encarcerado num caixão e ainda com vida é expressa em voltagem máxima. Poe cita casos de esqueletos encontrados em cemitérios em posição diferente das que foram enterrados e, se bem me lembro, evoca a catalepsia que consiste num estado de paralisia que é confundido com a morte. Não sei dizer se hoje em dia, mas no passado havia quem se preocupasse com estados de catalepsia, temendo ser enterrado vivo. Entre nós muitos são os casos narrados de pessoas que se suspeita tenham sido enterradas ainda com vida. Anos atrás se divulgou que um famoso ator de teatro, precocemente morto, teria sido enterrado ainda vivo, fato  que, segundo se afirma, foi comprovado tempos depois quando houve necessidade de abrirem o caixão onde estavam os seus restos.

Não havendo certeza sobre enterros de pessoas vivas o melhor é ficar com a história da volta de um sujeito que afinal não foi. Consta que ele vive longe da família e surpreendeu-se ao saber que era tão estimado pelos parentes. Trata-se de final edificante para acontecimento que não deixa de ser estranho.



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