Candidatos às eleições at Blog Ayrton Marcondes

Candidatos às eleições

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Muitos brasileiros votam porque são obrigados. O voto é obrigatório no Brasil. Se você não aparece no dia das eleições tem a obrigação de justificar-se porque, caso não faça isso, poderá ter problemas no futuro. O que se espera é que ao votar o cidadão tenha plena consciência da importância de seu voto, afinal está-se a escolher alguém para representar o eleitor em cargo legislativo ou executivo. Entretanto, sabe-se que as coisas não funcionam bem assim: ao lado de uma parcela de eleitores que escolhem seus candidatos com convicção existe outra que pertence ao chamado vai-da-valsa. A este contingente pertencem os tais praticantes do voto de cabresto, os que votam para simplesmente se desfazerem da terrível obrigação e os que escolhem candidatos pela popularidade deles embora não tenham algo a ver com a atividade política,  etc. Em eleições recentes o palhaço Tiririca elegeu-se com expressiva votação a deputado federal pelo Estado de São Paulo sem que se soubesse ao certo a que viria ele durante a futura atividade parlamentar. Jogadores de futebol muito conhecidos nacionalmente, grandes ídolos do povo, elegem-se a cargos legislativos com alguma facilidade. Alguns se revelam bons políticos, mas essa parece não ser a norma mais frequente nesses casos. E não custa lembrar-se de casos passados em que animais obtiveram votação maciça do eleitorado dada a popularidade de que gozavam. Nesse caso a votação obtida pelo Cacareco tornou-se emblemática. Cacareco era um rinoceronte do Zoológico de São Paulo e foi o candidato mais votado nas eleições obtendo a soma de 100 mil votos. Votos nulos, de protesto ou o que for: o Cacareco era o maior e deu até samba de carnaval. Em 1988 o “Macaco Tião” do Zoológico do Rio de Janeiro obteve 400 mil votos nas eleições para prefeito da cidade. Não é demais lembrar de que nessa época os eleitores escreviam nas cédulas os nomes dos candidatos. Hoje em dia com o voto eletrônico votar em Cacareco e no Macaco Tião seria impossível.

Chamam também a atenção em eleições candidatos que fazem uso de nomes estranhos procurando, assim, chamar a atenção do eleitorado que passa a simpatizar com eles. Só para se ter ideia para as eleições de 2012 estão inscritos candidatos como “Lindão”, “Bixa Muda”, ”Jesus do Hip Hop” e por aí vai.

Escrevo sobre isso por duas razões. A primeira delas é por achar que o voto não deveria ser obrigatório no Brasil coisa que, talvez, mudasse um pouco os resultados das eleições. A outra é porque em viagem numa estrada vi passar por mim um carro com a propaganda de um candidato chamado “Zé Porcão”. Infelizmente não consegui ver a placa do carro para identificar a cidade onde “Zé Porcão” concorre a um cargo legislativo ou executivo. Mas, vi bem a face do Zé estampada no vidro traseiro. Sujeito de boa aparência, mais para bonachão, cara de boa gente. Pergunto-me se ele usa o “Porcão” porque é seu apelido e as pessoas de sua cidade o conhecem assim. Terá ele as suas razões para inscrever-se como “Zé Porcão”, esperando tirar vantagem disso.

Entretanto, não é estranho. Na cidade onde moro há alguns anos foi eleito vereador certo “ Zé Macaco”, figura popular que circulava pelas ruas da cidade empurrando um carrinho de mão com som através do qual fazia a publicidade de algumas  lojas. Figura folclórica e muito querida o “Zé Macaco” conseguiu ser eleito com a segunda maior votação da cidade.

Bem, o que posso desejar é boa sorte ao “Zé Porcão” em sua trajetória eleitoral.



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