Bebidas nos estádios at Blog Ayrton Marcondes

Bebidas nos estádios

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À atual fase de tensão política em que a própria base aliada está rachada e muito parlamentares a ela pertencentes ameaçam o governo acrescenta-se o imbróglio da permissão para vendas de bebidas alcoólicas nos estádios.

A venda é proibida pela legislação brasileira e os que são contra a permissão dispõem de um rosário de razões para posicionar-se contra ela. Do ponto de vista da FIFA existe o fato de que patrocinadores da Copa-14 são empresas produtoras de bebidas. Mais que isso, ao candidatar-se a tornar-se sede da Copa o Brasil aceitou as condições da FIFA entre as quais estava a permissão para venda de bebidas,

Esse assunto tem-se arrastado e, do ponto de vista do governo, a intenção era a de que se permitisse a venda. Entretanto, dada a tensão política existente entre o governo federal e os parlamentares que o apoiam o governo decidiu aceitar o veto à venda de bebidas na Copa-14. No fundo o governo procurou precaver-se da derrota em relação à aprovação da Lei Geral da Copa na Câmara. Cai por terra, portanto, a promessa do governo à FIFA de que não haveriam restrições legais à venda de comida e bebida dos patrocinadores.

Toda a celeuma em relação à realização da Copa-14 no Brasil deixa-nos perplexos. Ao que parece toda aquela comemoração e o momento festivo da indicação do Brasil como sede da próxima Copa não passou de um início de estrangulamento das liberdades do país que agora se recusa a ceder no terreno das concessões. Por outro lado, os críticos da Copa desde logo falaram aos ventos do grande negócio que a FIFA tem em mãos com a realização desses magnos torneios que se realizam a cada quatro anos.

Segue-se que o Brasil, como se sabe, defronta-se com problemas estruturais ainda não resolvidos e que dificilmente estrão a contento até a data de início da Copa-14. São conhecidas as dificuldades com aeroportos, portos e meios de transporte. O próprio ministro dos Esportes lembrava, em entrevista recente, que é sério o problema de telecomunicações a ser vencido para que a Copa possa ser transmitida ao mundo. Segundo o ministro, durante o último carnaval, não se conseguiam fazer ligações no Rio, prova inconteste da necessidade de melhorar todo o sistema.

Há quem veja na proibição das bebidas, exigência da bancada evangélica, um grande exagero. Existem aqueles que dizem que uma vez aberta a porteira a boiada não mais vai parar de passar. Já os favoráveis à permissão garantem que isso em nada vai mudar a vida dos brasileiros: abre-se um hiato para venda durante um evento excepcional e depois volta tudo a ser como dantes no quartel de Abrantes.

E você, o que acha?



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