Atirador de elite at Blog Ayrton Marcondes

Atirador de elite

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Se há coisa que nunca consegui entender é a frieza com que certas pessoas atiram e matam outras. Vemos as cenas em filmes todo dia e nos acostumamos a elas porque sabemos tratar-se de ficção. Entretanto, a morte não ficcional, aquela em que alguém tira a vida de outra pessoa seja lá qual for o motivo, essa é horrível, insuportável.

Talvez por isso os programas policiais de televisão tenham tanta audiência. Afinal, o que atrai o público naquela sequência de notícias escabrosas que expõem o lado tenebroso da natureza humana? Por que acompanhar a história de um sujeito que, por ciúme da mulher com quem vive, leva o filho dela de poucos anos de idade ao matagal e o mata sem qualquer piedade? Histórias como essa se repetem diariamente na televisão e fascinam multidões ansiosas por ver o “outro lado” do homem, o limite que maldade de cada um pode atingir.

Se algo guardei de um filme da série “Rambo” foram as palavras daquele coronel que treinou o terrível soldado norte-americano capaz de sozinho destruir o que se apresentasse à sua frente. A certa altura e para explicar o fenômeno Rambo o coronel diz que há pessoas que nascem para viver em tempos de paz enquanto outras são talhadas para a guerra. Esses espíritos frios e violentos tornam-se úteis aos seus países em momentos de crise quando imperam as exceções e a regra do jogo torna-se matar ou morrer. Nesse sentido o Rambo do cinema é o cara que faz o serviço sujo necessário, mas que, depois, em tempos de paz, não encontra lugar na sociedade porque as habilidades dele são outras, sua função é matar. Palavras do coronel.

O Rambo do cinema e a explicação do coronel me vêm à memória ao ler sobre um soldado americano que lutou no Iraque e escreveu um livro sobre a participação dele no conflito. Esse soldado tornou-se um atirador de elite e conta que matou 255 pessoas, acrescentando que não se arrepende de seu feito. Chris Kyle, o soldado, tornou-se conhecido entre seus companheiros pelas alcunhas de “o exterminador”, “o diabo de Ramadi” e “a lenda” entre outras. Kyle conta, por exemplo, que só na batalha de Fallujah, em 2004, matou 40 inimigos.

Chris Kyle odeia o Iraque e diz adorar o que fez. Relata como gradualmente deixou de hesitar para atirar em suas vítimas e se aperfeiçoou ao longo de combates. Ele se orgulha de ter conseguido matar um homem à distância de 2100 metros e diz que se morresse agora se apresentaria diante de Deus com a consciência tranquila. Para ele os iraquianos não passam de selvagens aos quais odeia, daí não se arrepender das 255 mortes de sua autoria.

Chris Kyle, chamado de “diabo” pelos iraquianos vive atualmente no Texas e trabalha numa empresa como instrutor de atiradores de elite. Não se trata de ficção, Kyle é real.



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