A República resiste at Blog Ayrton Marcondes

A República resiste

deixe aqui o seu comentário

Há exatos 122 anos o Marechal  Deodoro da Fonseca proclamava a República no Brasil. Caia docemente o regime monárquico que tinha à testa o pacato Imperador D. Pedro II.

Na noite de 14 de novembro de 1889 Benjamin Constant reuniu-se no Campo de Sant´ Anna, cidade do Rio de Janeiro, com cerca de mil homens do exército. Eles sitiavam o quartel-general onde o Visconde de Ouro Preto reunia-se com seus ministros. Nessa ocasião o Imperador estava em Petrópolis.

Benjamim estivera, horas antes, em casa de Deodoro e encontrara-o doente. Agora, dada a precipitação dos acontecimentos mandara-o buscar. O Ministério Ouro Preto continuava reunido no quartel-general onde também estava Floriano Peixoto, ajudante-general do exército. Floriano era responsável pelo comando das tropas leias ao Imperador, cerca de dois mil homens reunidos no pátio interno do quartel-general.

A certa altura Deodoro enviou o tenente-coronel Telles ao quartel-general com a missão de intimar o Ministério a render-se. A intimação não foi aceita por Ouro-Preto que deu ordens a Floriano para retirar Deodoro.

Nesse momento ocorreu a já famosa decisão de Floriano que tomou por valor mais alto a farda: não atiraria contra seus colegas do exército situados no Campo. A partir daí não houve mais resistência. O primeiro-ministro, Ouro Preto, acompanhado pelo ministério, demitiu-se, sendo a demissão imediatamente comunicada a Petrópolis através de telegrama.

Floriano encarregou-se de dar a Deodoro a boa nova e convidou-o a subir à sala onde estava o ministério demissionário. Já na sala Deodoro deu voz de prisão a Ouro-Preto no que foi dissuadido dessa atitude por Floriano.

O fim do Império deveu-se a alguns fatores, entre eles à Propaganda Republicana executada por vários próceres do Partido Republicano de São Paulo. Os mais importantes fatores que determinaram o desfecho do 15 de novembro de 1889 foram a caducidade das instituições imperiais que já não atendiam às necessidades do país, a questão da substituição de D. Pedro II já velho e próximo da morte e a revolta dos militares. Historiadores de diferentes tendências valorizam mais ora um ou outro desses fatores na determinação da instalação do regime republicando no país.

Do 15 de novembro até hoje muita coisa aconteceu e tem acontecido. Hoje Brasil aproxima-se da sua maioridade embora ainda às voltas com problemas gerais cujas soluções parecem escapar aos políticos de plantão. Atualmente oitava economia do mundo espera-se que, em 2020, o país passe a ser a quarta economia do planeta.

Anos trás foi realizado um plebiscito perguntando-se ao povo sobre a preferência entre os regimes republicano e monárquico. Venceu a República que se mantém como forma de governo. Embora nascida num momento de indecisão no qual as forças em oposição não viam claramente a nova forma de governo a adotar, a República veio, portanto, para ficar. Daquele momento de atividades incruentas restaram os nomes de Deodoro, Floriano e Benjamin que movimentaram tropas e determinaram o início do regime republicano no Brasil.



Deixe uma resposta