O velho e já não tão bom dólar at Blog Ayrton Marcondes

O velho e já não tão bom dólar

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Esse papo de que o Brasil tornou-se uma fortaleza capaz de resistir a um naufrágio da economia mundial é pura conversa mole. O que se tem é um castelo de cartas capaz de ruir com direito a efeito cascata, melhor dizendo efeito tsunami.

A possibilidade de calote dos americanos é algo de proporções alarmantes para a economia, afinal o dólar e o Tesouro dos EUA constituem-se na base da economia mundial. Daí potências como a China mostrarem-se alarmadas, vindo a público para dizer que o mundo não pode pagar pelo descalabro da dívida norte-americana.

A verdade é que a festa acabou e só falta acrescentar a cor vermelha de débitos na orgulhosa bandeira norte-americana. Enquanto isso nós aqui, filhos de Deus, vamos vivendo como se nada estivesse acontecendo, impulsionados por notícias de riquezas a perder de vista.

Que o Brasil vai bem economicamente e são grandes as possibilidades de futuro promissor ninguém desmente. Entretanto, esse quadro é ensombrecido pela incerteza mundial. Achar que estamos imunes à crise que invade fronteiras por toda parte é bobagem.

O problema é que para a crise atual dos EUA nem mesmo o Capitão América teria solução. E nós que sempre admiramos aquela riqueza toda e incorporamos a parte possível do “american way of  life” simplesmente ficamos atônitos quando nos dizem que o maior poder do mundo enfrenta crise sem precedentes.

É de se imaginar, nos dias atuais, a apreensão da turma que compra dólares para fazer poupança. E aí, como está a confiança nas “verdinhas”? Muita gente compra no paralelo e esconde em casa porque dólar pode flutuar, mas com ele nunca se perde. Mais dia, menos dia, o governo é obrigado a dar uma desvalorizada na moeda nacional para garantir as exportações. Ganha quem tem dólar, ainda que pouco. Que poupança, que nada, dólar é melhor. E se não for mais assim? Caso mudem as regras do jogo entraremos na esfera do inimaginável, do mundo de cabeça para baixo procurando por um novo ponto de equilíbrio.

Há quem diga que a História não ensina grande coisa e o passado não serve para nada. Em todo caso vale lembrar que o maior império do passado, o romano, também teve um fim. Depois dele as coisas andaram mal paradas, bárbaros arruinaram com os restos de civilização e a Idade Média ficou conhecida como período das trevas. Mas, o mundo não acabou. Assim como não deverá acabar se os EUA deixarem de ser a maior potência do planeta.



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