Acidentes aéreos at Blog Ayrton Marcondes

Acidentes aéreos

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Conheço gente que não entra em avião de jeito nenhum, nem que pague como se diz. Não adianta dizer a elas que a probabilidade de acidentes e mortes no trânsito é maior que em aviões. Estatísticas não contam quando o assunto é estar a 8 mil metros de altura, sem saída caso uma catástrofe aconteça.

Conhecemos bem a história de acidentes aéreos, muitos deles extremamente chocantes. Aquele avião que não parou ao aterrissar na pista de Congonhas, indo bater num prédio, é uma das memórias mais impactantes em relação a desastres aéreos. Toda vez que passo por ali, trafegando pela Av. Rubem Berta, lembro-me de uma mãe que descreveu sua dor ao saber que os corpos de seus dois filhos ardiam em meio às chamas do prédio. Impossível dor maior determinada por alguma falha do piloto, da pista, do controle aéreo, do próprio avião ou o que quer que seja: um detalhe que roubou a vida de muita gente, deixando famílias para sempre traumatizadas.

Agora volta-se a falar do grande acidente ocorrido em 2009, envolvendo avião da Air France. Até hoje não se sabe o que aconteceu porque o avião simplesmente despareceu e, dias depois, pedaços dele foram localizados no mar. Alguns corpos foram então encontrados, mas a maioria deve ter ficado presa ao avião. Desde então famílias reclamam os corpos de seus entes queridos e o mistério persiste. Entretanto, nos últimos dias robôs encontram uma das caixas-pretas do avião e dois corpos foram retirados dos escombros. Das caixas espera-se que tenham se mantido intactas as vozes dos pilotos gravadas e dados que poderão esclarecer o grande mistério que envolve a queda da aeronave. Quanto aos corpos é muito importante que sejam resgatados e identificados, colocando fim ao longo episódio de espera das famílias dos passageiros do fatídico voo.

De todo modo a ação que ora se passa no local em que se encontra o avião envolve aspectos que impressionam. Em primeiro lugar, impressiona muito que vozes desaparecidas há cerca de dois anos sejam recuperadas, retratando os últimos instantes de vidas. Quanto aos corpos é de se pensar nesse longo período em que permaneceram insepultos, presos às poltronas por cintos de segurança, no fundo do mar. Imagino o que seja a atividade dos homens encarregados do resgate, ainda que por meio de braços de robôs.

O mistério que envolve o voo 447 da Air France está para ser esclarecido. Mas não se leem as notícias sobre o que está acontecendo como fato corriqueiro. É impossível não se pensar no desespero que tomou conta dos passageiros em seus últimos momentos e no fato de terem ficado desparecidos por longo tempo. Há nisso algo que ofende a naturalidade com que estamos habituados a encarar os fatos, algo que nos atemoriza e fazemos força para olvidar.



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