Armazenamento de informações at Blog Ayrton Marcondes

Armazenamento de informações

deixe aqui o seu comentário

Não faz tanto tempo assim eu escrevia em folhas sem pauta com letra que me obrigava a passar a limpo os textos finalizados. Nunca me dei bem com máquinas de escrever, embora naqueles idos tenha comprado uma Remington que, a bem da verdade, usei muito pouco.

Entrei no mundo dos computadores pessoais com um CP 500 da Prológica, peça que hoje causaria algum espanto se comparada aos computadores que conhecemos. Os disquetes eram grandes, flexíveis e armazenavam muito pouco. Tentei usar o CP 500 para escrever, mas não conseguia acentuar as palavras. Naquele período a Microsoft estava às turras com o Word e o que se tinha por aqui era um processador de textos chamado Wordstar.

Do CP 500 passei a outro computador da Prológica - é preciso lembrar que com a reserva de mercado imposta pelo governo militar computadores importados eram raridade. Em função disso desenvolveu-se um mercado paralelo no qual eram vendidos computadores montados com peças entradas clandestinamente no país.  Os XT- depois AT – custavam caro.

Quando passei a usar o Word tive problemas. Comprei uma versão do Word 5.0 para DOS - o Windows era então só uma promessa – e fiquei muito feliz porque via na tela verde do monitor as palavras acentuadas. Entretanto, o mesmo não se via no texto impresso: a Microsoft não providenciara drivers para boa parte das impressoras usadas no Brasil, entre elas a minha.

Do que me lembro bem é que, há não muito tempo, tudo era armazenado em HDs de pequena capacidade e disquetes. Foi por confiar num desses HDs que perdi um livro inteiro, escrito a quatro mãos com um amigo. Tratava-se de uma pesquisa que fiz no interior da Bahia, região de Canudos, sobre a tradição oral em relação a assuntos da guerra acontecida na região, em 1897. Tudo perdido por uma pane do HD e, pior que isso, pela inexistência do backup que o descuido me impediu de fazer.

De disquetes para CDs de 700 K, deles para DVDs com capacidade de armazenamento de 4,7 gigabytes. Os HDs de 500 gigabytes a 1 terabyte tornaram-se comuns. E chegamos ao blu-ray capaz de armazenar 25 gigabytes. Maravilha, não? Dias atrás adquiri um gravador de blu-ray e gravei num só disco quase 25 gigabytes de arquivos. Incrível.

A cada dia são armazenados bytes e mais bytes de informações. Dados de 2007, publicados pela revista Science, mostram que poderiam ser armazenados 295 exabytes - trata-se do número 298 seguido por dezoito zeros, equivalente a 295 bilhões de gigabytes.

Como não poderia deixar de ser esses números foram comparados com o DNA humano. A molécula de DNA possui informações codificadas através de um sistema que envolve a sequência de bases nitrogenadas – adenina, guanina, citosina e timina. A partir dessas quatro bases podem ser formadas quase incontáveis combinações, de todo modo em número muito superior ao que os atuais meios de armazenamento – CDs, livros, DVDs, HDs, blurays etc – são capazes de guardar. Segundo os cientistas o DNA humano armazena cerca de 100 vezes mais informações que todo o sistema de armazenamento ao alcance dos seres humanos.

Mas, a ciência progride e meios de armazenamento mais eficazes e poderosos tendem a surgir no futuro. O que me devolve aos velhos disquetes dobráveis, tão sensíveis e que surgiam como uma novidade impressionante. Obviamente, não viverei o suficiente para ver no que isso tudo vai dar. A nanotecnologia e a física de partículas permitem a construção de meios cada vez mais compactos e poderosos de armazenamento e encontram-se em plena evolução.

Para o mortal comum ficam as sempre benvindas notícias sobre novidades. Pena que tudo custe tão caro, daí que continuo com o meu notebook, um Pentium Core-2-Duo, sonhando com um processador I7. Acontece que fui informado que os processadores I7 são vários, variando em velocidades de processamento. Para piorar – ou melhorar – li que está sendo lançada a segunda geração de processadores I7, daí que percebi que essa coisa toda não tem fim e passei a achar o meu Core-2-Duo muito bom e ponto final.



Deixe uma resposta